4 de abr. de 2010

PARTE 2 - BORN TOO LOOSE (Nascido frouxo demais) - Capítulo 1 - Nikki

fig. 1 Da esquerda:
Rob Hemphill, Frank Ferrana (também conhecido como Nikki Sixx), e amigos na frente da Roosevelt High Scholl, Seattle.



PARTE 2

>> BORN TOO LOOSE <<
(Nascido frouxo demais)
Capítulo 1
Nikki

--

As tentativas e o trabalho do jovem Nikki, no qual nosso herói era barbaramente espancado por escovar os dentes em uma má-aconselhada direção, aprendendo o melhor jeito de matar um coelho, utilizando uma lancheira em autodefesa, segurando mãos com a doce Sarah Hopper, e vendendo crack.

--


Eu tinha catorze anos quando minha mãe foi detida.

Ela estava furiosa comigo ou algo assim – ficar fora até tarde, não fazer tarefa, ouvir música muito alto, estar vestido como um mendigo, eu não consigo lembrar – e eu não pude fazer mais isso. Eu esmaguei meu baixo na parede, joguei meu estéreo pelo quarto, arranquei meus pôsteres do MC5 e Blue Cheer da parede e chutei fazendo um buraco na TV branca e preta do andar de baixo após surrar a porta da frente. Lá fora eu lancei sistematicamente uma pedra contra todas as janelas na casa.

Mas esse era apenas o começo. Eu estava planejando o que viria depois de um tempo. Eu corri para uma casa próxima cheio de drogas que eu gostava de usar para ficar drogado e pedir por uma faca. Alguém me arremessou um estilete. Eu arranquei a lâmina, estendi meu pulso do braço esquerdo e enterrei a faca na direção do cotovelo, deslizando pra baixo por quatro polegadas e fundo o suficiente para que desse pra ver o osso. Eu não senti nada. Na verdade, eu pensava que aquilo tinha ficado bem legal.

Depois eu liguei para polícia e disse que minha mãe tinha me atacado.

Eu queria que eles a prendessem assim eu poderia viver sozinho. Mas meu plano fracassou: a polícia disse que se um menor vivesse em sua custódia, eu passaria a ser acusado, e eles teriam que me colocar em uma creche até eu completar meus dezoito anos. Isso significa que eu não era capaz de tocar minha guitarra por quatro anos. E se eu não poderia tocar minha guitarra por quatro anos, isso significava que eu nunca faria aquilo. E eu estava prestes a fazer aquilo. Não havia dúvida diante disso – pelo menos na minha mente.

Então eu me esclareci com a minha mãe. Eu disse pra ela que como eu não podia processá-la, se ela ia embora, me deixaria sozinho, me deixar ser eu mesmo. “Você não está aqui por minha causa”, eu disse pra ela, “Então me deixe ir”. E ela deixou.

Eu nunca voltei. Esse foi um fim vencido e não pago para uma busca de fuga e independência que tinha sido há muito tempo atrás colocado em movimento. Isso começou como Richard Hell’s a clássica punk “Blank Generation”: “Eu estava dizendo deixe-me sair daqui antes que mesmo que eu tivesse nascido”.

Eu nasci dia 11 de dezembro de 1958, às 7:11 da manhã, em San Jose. estava em mim como eu poderia ser, e, até então, provavelmente até na noite anterior. Minha mãe conversou um monte sobre nomes que dão sorte como a que ela teve com homens. Ela nasceu em Deana Haight – uma menina fazendeira de Idaho com estrelas em seus olhos. Ela era brilhante, com força de vontade, motivada, e totalmente linda – como uma estrela de filme dos anos cinqüenta, com um elegante cabelo curto, um rosto angelical, e uma figura que deixa uma reação retardada nas pessoas nas ruas. Mas ela era a ovelha negra da família, o oposto dela perfeitamente, sua irmã mimada, Sharon. Ela tinha um temperamento indomável: completamente excêntrico, propensa à desgraça aleatória, e constitucionalmente incapaz de criar qualquer padrão de estabilidade. Ela era definitivamente minha mãe.

Ela queria colocar meu nome de Michael ou Russell, mas antes ela pediu pra enfermeira perguntar pro meu pai, Frank Carlton Feranna – que estava apenas um tempo longe de abandonar ela e eu pelo nosso bem – o que eu deveria chamar. Ele traiu minha mãe naquele mesmo lugar e me nomeou Frank Feranna, depois dele. E foi isso que eles escreveram na certidão de nascimento. Desde o primeiro dia, minha vida era uma grande merda. Àquele ponto, eu deveria engatinhar implorando para os meus “fabricantes”, “Podemos recomeçar? ’’.


Nenhum comentário:

Postar um comentário