28 de jul. de 2010

(continuação 4) Capítulo 4 - Nikki

Nós achávamos que éramos as criaturas mais más na boa terra de Deus. Ninguém podia fazer isso mais difícil do que a gente e mais do que a gente, e sair dessa como a gente. Não tinha competição. Nós éramos os mais fodas, e as pessoas mais importantes achavam que nós éramos e mais eles forneciam o que nós precisávamos para ficarmos mais fodas ainda. As estações de rádio nos traziam as groupies; a gerência nos dava as drogas. Todo mundo que a gente encontrava tinha certeza que estávamos sempre fodidos e que iríamos nos foder ainda mais. Nós não achávamos nada sobre arrancar nossos pintos para fora e mijar no chão da estação de rádio durante uma entrevista, ou foder a apresentadora no ar se ela fosse um pouco decente. Nós pensávamos que nós tínhamos um elevado comportamento de animal para artistas. Mas daí nós conhecemos Ozzy.

Nós não estávamos tão animados quando a Elektra Records nos disse que eles tinham conseguido que abríssemos os shows do Ozzy na turnê Bark at the Moon. Nós tínhamos aberto algumas datas com o Kiss depois do Too Fast for Love, e não apenas eram dolorosamente chatos, mas Gene Simmons nos chutou da turnê por mau comportamento. (Imagine minha surpresa dezessete anos depois quando o homem de negócios Gene Simmons ligou enquanto eu escrevia esse capítulo, pedindo não apenas pelos direitos do filme The Dirt, mas também por exclusivos direitos do filme para a história do Mötley Crüe por toda a eternidade.)

Nós começamos a nos empolgar para a turnê do Ozzy na Long View Farm em Massachusetts, onde o Rolling Stones ensaiava. Nós ficávamos em palheiros e eu implorei para eles um onde o Keith Richards dormia, qual estava no celeiro. Nossos motoristas da limusine traziam para a gente muitas drogas e prostitutas da cidade que raramente nós podíamos manter nossos olhos abertos durante o ensaio. Tommy e eu mantemos um balde posicionado no meio de nós, se nós tivéssemos algo para jogar lá dentro. Uma tarde, nossa gerência e a gravadora veio para ver nosso progresso, ou falta disso, e eu continuei dormindo.

Mick, nosso cruel supervisor de controle de qualidade, se dirigiu até o microfone e anunciou para a massa reunida de pessoas de negócios e caixas automáticos, taxas diárias, e adiamentos: “Talvez nós pudéssemos tocar estas músicas para vocês se Nikki não ficasse a noite toda aplicando heroína.” Eu fiquei tão puto que eu joguei meu baixo no chão, fui até o microfone, e quebrei o pedestal na metade. Mick já estava na porta, mas eu o persegui pela viela rural, os dois de salto alto como duas putas em uma briga violenta.

fig.4

Mick com o Ozzy Osbourne


A turnê começou em Portland, Maine, e nós andávamos pela arena para achar Ozzy correndo durante a passagem de som. Ele vestia uma enorme jaqueta feita de pele de raposa e era enfeitada com libras de jóias de ouro. Ele estava no palco com Jack E. Lee na guitarra, Rudy Sarzo no baixo, e Carmine Appice na bateria. Essa não seria outra turnê do Kiss. Ozzy era uma estremecente, concentração de nervos e loucura, energia incompreensiva, que nos disse que quando ele estava no Black Sabbath ele tomau ácido todo dia durante um ano inteiro para ver o que aconteceria. Não há nada que Ozzy não tenha feito e, como resultado, não há nada que Ozzy possa se lembrar de que já fez.

Nós nos demos bem com ele no primeiro dia. Ele nos colocou debaixo da sua asa e nos deixou confortável para encarar vinte mil pessoas todas as noites, um encorajamento que nenhum de nós nunca teve. Depois do primeiro show, me deu uma sensação como na primeira vez que vendemos todos os ingressos no Whisky. Apenas aquilo era maior, melhor, e muito mais perto da linha de chegada, onde quer que fosse e qualquer coisa que fosse. O pequeno sonho que nós tínhamos juntos na Casa Mötley estava se tornando realidade. Nossos dias de matar baratas e foder por comida tinham acabado. Se o show no US Festival foi uma luz do que nós poderíamos nos tornar, então a turnê do Ozzy era um fósforo que deixou a banda toda em chamas. Sem isso, nós provavelmente seriamos uma dessas bandas de L.A. como London, estrelas que nunca se acenderam totalmente.

Ozzy dificilmente passava a noite no seu ônibus de turnê: ele sempre estava no nosso. Ele passava pela porta com uma bolsinha cheira de cocaína, cantando, “Eu sou o homem cocaína, fazendo toda a cocaína que eu posso, eu posso,” e nós cheiramos a cocaína a noite toda, até o ônibus parar e nós estivéssemos na próxima cidade.

Em um dos casos, a cidade era Lakeland, Florida. Nós saímos do ônibus no calor do sol do meio-dia e fomos direto para o bar, que era separado da piscina por uma janela de vidro. Ozzy arrancou suas calças e socou uma nota de um dólar no seu cu, daí entrou no bar, oferecendo o dólar para cada casal lá dentro. Quando uma velha começou xingar ele, Ozzy agarrou a bolsa dela e saiu correndo. Ele voltou para a piscina vestindo nada a não ser um vestidinho que ele tinha achado na bolsa. Nós estávamos rindo muito, embora nós não tivéssemos certeza se suas palhaçadas eram uma evidência de um terrível sendo de humor ou um severo caso de esquizofrenia. Mais e mais, eu acreditava no último.

Nós estávamos saindo, nós com camisetas e couro, e Ozzy no vestido, quando de repente Ozzy me cutucou. “Hey, amigo, eu to vendo uma carreira.”

“Cara,” eu disse pra ele, “nós estamos sem cocaína. Talvez eu possa mandar o motorista ir buscar um pouco.”

“Dê-me o canudo,” ele disse, destemido.

“Mas, cara, não tem cocaína.”

“Dê-me o canudo. Eu tenho uma carreira.”

Eu dei o canudo pra ele, e ele foi até a calçada para quebrar e se curvou. Eu vi uma longa fileira de formigas, marchando para um pequeno abrigo de areia onde a calçada se juntava com a sujeira. E enquanto eu pensava, “Não, ele não vai fazer isso,” ele fez. Ele colocou o canudo no seu nariz e, com seu cu branco pelado aparecendo por baixo do vestido como uma fatia de melão, mandou a fileira inteira de formigas pelo seu nariz com uma única, monstruosa cheirada.

Ele ficou de pé, levantou sua cabeça, e deduziu com uma fungada poderosa com a narina direita que provavelmente tinha mandado uma formiga perdida ou duas para sua garganta. Daí ele levantou seu vestido, pegou seu pinto, e mijou na calçada. Sem olhar para o seu grande público – todo mundo da turnê estava observando ele enquanto a velha e famílias na piscina estavam tentando não fazer isso – ele se ajoelhou, deixando o vestido encharcado na poça, e lambeu isso. Ele não apenas encostou sua língua, ele lambeu um monte, vagarosamente, e completamente, como um gato. Daí, ele levantou e, com os olhos e a boca cheios de urina, olhou diretamente para mim. “Faça isso, Sixx.”

Eu engoli e suei. Mas isso era uma pressão amiga que eu não podia recusar. E também, ele tinha feito muito pelo Mötley Crüe. E, se nós queríamos manter nossa reputação como a banda de rock mais cretina, eu não podia desistir, não com todo mundo olhando. Eu abri minha calça e coloquei meu pinto pra fora de um jeito que dava para todos no bar e na piscina verem. “Eu não me importo,” eu pensei para me assegurar enquanto eu estava mijando. “Eu irei lamber meu mijo. Quem se importa? Isso veio do meu corpo de qualquer forma.”

Mas, enquanto eu estava me curvando para terminar o que eu tinha começado, Ozzy se tacou e me tirou de lá. Lá estava ele, de quatro nos meus pés, lambendo meu mijo. Eu estendi minha mão: “Você venceu,” eu disse. E ele disse: a partir desse momento, nós sempre saberemos que em qualquer lugar que nós estivermos, qualquer coisa que estejamos fazendo, tem alguém que é mais doente e mais nojento do que nós somos.

Mas, diferente de nós, Ozzy tinha um bloqueio, um limite, uma consciência, um breque. E esse bloqueio veio na forma de uma pequena mulher britânica, rústica, rechonchuda cujo nome deixa lábios tremendo e joelhos batendo: Sharon Osbourne, uma grosseira e disciplinadora como nenhuma outra que tínhamos conhecido, uma mulher cuja presença pode em um instante nos fazer ter nossos medos de infância de autoridade de volta.

27 de jul. de 2010

(continuação 3) Capítulo 4 - Nikki

Por sorte, com um braço engessado, eu não podia injetar em mim mesmo. Eu me controlava. Eu não podia tocar baixo de qualquer forma, mas estava tudo bem para o nosso produtor, Tom Werman, porque ele constantemente ligava para a Elektra reclamando que eu não podia tocar e Vince não podia cantar. Então eu ia para o estúdio com o meu braço na faixa e saia e ficava alto e cuidava das coisas.

Werman me disse durante a sessão, “Não importa o que você fizer, não olhe nas minhas anotações. Eu tenho coisas lá que eu estou pensando conforme a direção que a música vai indo e eu não quero que você bagunce com elas.” Claro, essa foi a pior coisa que ele devia ter nos dito. Desde então, nós tentávamos descobrir o que ele estava escrevendo. Mas a qualquer hora que ele saia do estúdio, ele as levava com ele. Uma noite, quando ele saiu para ir ao banheiro, ele deixou as anotações para trás. Eu corri para a mesa de mixagem, animado para finalmente descobrir o que ele realmente tinha na sua cabeça. Eu abri o livro e me deparei com essas palavras: “Não me esquecer de cortar a grama no domingo. Lembrar de pegar as sapatilhas de balé para a escola. Comprar novos tacos.” Eu fervi de raiva: eu não podia acreditar que essa pessoa que se chamava de produtor podia estar pensando em outras coisas a não ser Mötley Crüe e rock and roll.

Eu fui para fora para achá-lo, mas a recepcionista me parou. Alice Cooper estava trabalhando no estúdio, e eu tinha implorado para ela por dias para me deixar encontrar com ele. Ele parecia maior do que Deus. E esse foi meu domingo de sorte. “Ele está pronto para te encontrar” ela disse. “Ele disse para esperar por ele na sala do lado de fora do seu estúdio às três.”

Parado do lado de fora do seu estúdio as três tinha um homem vestido impecavelmente em um terno segurando uma pasta. “Alice estará fora em um segundo,” ele me disse, como se eu tivesse indo encontrar Deus. Um minuto depois, a porta do estúdio abriu e uma nuvem de fumava apareceu. Surgindo lentamente do meio da nuvem veio Alice Cooper. Ele estava carregando um par de tesouras, cujo ele ficava abrindo e fechando na sua mão. Ele foi até mim e disse “Eu sou o Alice.” E tudo o que eu consegui dizer foi, “É caralho, você é!” Com uma entrada como aquela, ele realmente era Deus. Não foi até anos mais tarde que eu percebi o que aquela fumaça realmente era.

No momento que meu braço sarou, nosso segundo álbum, Shout at the Devil, estava finalizado e nós estávamos pronto para fazermos shows de novo. Quando nós estávamos morando juntos, nós assistíamos Mad Max e Escap from New York sem parar, até cada imagem estivesse gravada no nosso cérebro. Nós estávamos começando a ficar preocupados com a imagem glam-punk porque muitas outras bandas tinham copiado isso, então nosso look envolveu uma mistura desses dois filmes. A metamorfose começou uma noite em um show em Santa Monica Civic Center. Joe Perry do Aerosmith estava bêbado, e eu fui até ele, peguei um lápis litográfico, e passei debaixo dos meus olhos, estilo Road Warrior. Joe disse que tinha ficado legal, e isso foi encorajamento suficiente pra mim. Daí, eu coloquei uma única ombreira com tachas e fiz manchas de guerra debaixo dos meus olhos, como um dos piratas divertidos do The Road Warrior. Daí eu fiz alguém fazer para mim botas de couro justas com uma gaiola no salto, que soltava fumaça quando eu pressionasse um botão. Nós pintamos o horizonte de uma cidade baseada no Escape from New York como um cenário para os nossos shows, moldamos nossos amplificadores como espetos, e construímos um palco para a bateria para parecer um cascalho de uma auto-estrada despedaçada.

24 de jul. de 2010

(continuação 2) Capítulo 4 - Nikki

Eu corri até a parede e a escalei, completamente pelado. Assim que eu cai do outro lado, eu notei que as pedras tinham cortado meu peito e minhas pernas, quais estavam pingando sangue. Do lado de fora, duas garotas que não puderam entrar na festa estavam esperando em um ’68 Mustang. “Nikki!” elas berraram. Felizmente, eu sempre deixava minhas chaves no carro – eu ainda deixo. Eu pulei dentro do meu Porsche e acelerei para as colinas. O Mustang chiou e foi atrás de mim. Eu acelerei pra noventa, e olhei para trás pra ver se eu tinha despistado elas, e, assim que eu despistei, fui subitamente lançado para o painel. Eu tinha batido em um poste telefônico. Isso tava sentado próximo a mim no carro no dizimado banco do passageiro. Se alguém estivesse sentado ali, sua cabeça seria esmagada.

Eu sai do carro, em choque, e fiquei na frente da grande bagunça que foi o meu amor de verdade. Isso foi totalmente imprestável. As garotas que estavam me seguindo tinham ido embora, provavelmente mais assustadas do que eu. E eu estava sozinho – pelado, sangrando, e extremamente confuso. Eu tentei levantar meu braço para pegar uma carona, mas uma dor penetrante correu do meu cotovelo para o meu ombro. Eu andei para a Coldwater Canyon, onde um casal mais velho me pegou e, sem dizer nenhuma palavra sobre o fato de eu estar pelado, me levou para o hospital. Os médios colocaram meu ombro numa faixa – estava deslocado – e me mandaram para casa com um frasco cheio de pílulas para dor. Eu passei os outros três dias inconsciente, drogado com remédios para dor.

A não ser a Lita, ninguém sabia onde eu estava. Tudo o que a banda sabia era que o meu Porsche estava abandonado na metade do caminho, e eu estava em lugar nenhum para ser encontrado. Até esse dia, eu ainda me perguntava o quanto sentiam minha falta: ninguém nunca se preocupou em ligar em casa para ver se eu estava bem. A única coisa boa que veio com essa experiência foi que eu desenvolvi um amor por toda a vida por Percodan.

O carro batido, combinando com tudo mais assustador e perigoso que estava acontecendo com a gente, me trouxeram de volta a realidade e Lita me convenceu a terminar o meu flerte com o satanismo. Em vez disse, a heroína começou a me consumir, primeiro para matar a dor no meu ombro e depois para matar a dor da vida, que era a dor de não estar usando heroína. Vince tinha achado uma garota que nos mantinha. Ele trazia em um bloco marrom de alcatrão, uma folha de alumínio, e alguma coisa como um funil feito em casa com cartolina e fita.

Nós pegávamos um pouco da heroína, colocávamos isso na folha de alumínio, acendíamos um isqueiro embaixo, sugávamos a fumaça enquanto nós seguíamos a bola queimada embaixo da folha. Nós ficávamos drogados pra porra que nós apenas sentávamos no sofá e ficamos olhando um para o outro.

Logo, nós estávamos conseguindo heroína de ótima qualidade através de um baixista que tocava em uma banda punk local e eram bons amigos do Robbin Crosby do Ratt. Uma vez que dois deles nos ensinaram como usar agulhas, estava tudo acabado. A primeira vez que eu fiquei alto demais, eu desmaiei. Quando eu voltei, todo mundo estava rindo de mim porque eu estive deitado no meio do chão por quinze minutos. O vicio do Vince era mulheres e, com essas primeiras doses, eu aprendi que o meu era para serem as drogas para o resto da minha vida. Eu inventei speedballs sem ninguém ter que dizer para mim sobre elas. Uma tarde, eu me perguntei se usasse cocaína com heroína me impedia de desmaiar. Então eu fiz meu primeiro speedball, e eu não desmaiei. Eu, de qualquer forma, passava os quinze minutos normalmente consignados em perder os sentidos no chão do banheiro, vomitando tudo na privada e no chão. Mas eu não me importava de vomitar. Eu sempre era bom nisso.




18 de jul. de 2010

(continuação) Capítulo 4 - Nikki

Nós estávamos experimentando magia negra, lendo todos os tipos de livros enfeitiçados ou livros ocultos espessos que achássemos, e gravávamos invocações como “Deus Abençoe o Filho da Besta,” qual é atualmente inspirado na introdução do álbum Diamond Dogs do David Bowie. E, talvez nós estivéssemos imaginando isso, mas nós estávamos começando a atrair alguma coisa ruim.

Eu tinha idéias para o álbum e a turnê que tínhamos que fazer com a psicológica massa de coisas ruins por trás do nazismo e com os livros de satanismo do Anton LaVey, o que era mais uma filosofia pessoal com um título chocante do que uma atual religião. Eu tinha grandes idéias de criar uma turnê que parecesse como uma passagem entre o nazismo e a igreja negra, com símbolos do Mötley Crüe ao invés de suásticas por todos os lugares. Eu sinceramente acreditava que Ronald Wilson Reagan, desde que cada nome dele tinha seis letras – 666 – era o Anticristo. Falava na bíblia que o Anticristo teria a voz de um leão para ser ouvida através das nações. Eu disse para todo mundo que ele podia ser baleado no coração e se recuperar rapidamente do que qualquer homem poderia, e ele podia. Ele era o demônio que eu queria que todas as pessoas gritassem. Eu estava sendo levado para longe. Daí, enquanto estava dirigindo para casa da sessão satânica de “I Will Survive”, o carro do Tommy explodiu. Vince continuava apagando em seu carro. E objetos levitavam e voavam na minha casa e da Lita. Nós estávamos começando a ficar assustados. E daí eu tive meu acidente.

Eu tinha comprado meu primeiro carro de verdade, um Porshe, depois de ter feito um acordo público com a Warner/Chappell. Era o meu orgulho e meu contentamento. Tommy e eu dirigíamos pela Sunset Boulevard com o pedal no chão às 2 da manhã, bebendo vários Jack. Nós não sabíamos o quanto estúpido beber dirigindo era até um ano depois. Até os tiras, quando eles nos pegavam acima da velocidade, eles nos faziam jogar fora nossas bebidas e nos deixavam ir. E nós não pensávamos que tínhamos sorte no fim: nós estávamos irritados porque era tarde demais para comprar mais álcool.

Depois de uns meses dando mais atenção para esse carro do que eu jamais dei para uma garota, eu fui a uma festa do Roy Thomas Baker. Todos nós cheiramos algumas fileiras no seu piano de vidro, daí tiramos todas nossas roupas e pulamos na Jacuzzi. Lá tinha uns quinze de nós socados lá dentro, incluindo Tommy. Ele tinha finalmente dado o fora na Bullwinkle e estava namorando uma garota que queria ser modelo da Florida chamada Honey. De repente, Tommy teve uma enorme ereção, virado para Honey e ordenou “Ok, vadia, chupa meu pau.” Ela se curvou e começou chupá-lo na frente de todo mundo. Quando ela terminou, ele a fez fazer isso de novo. Ela voltou para o trabalho, mas dessa vez estava demorando muito para Tommy e ele começou a ficar irritado. Ele começou a repreendê-la por não estar fazendo um bom trabalho, falando pra ela que ela não sabia a merda que estava fazendo. Finalmente, ela fez certo, engolindo para não contaminar a piscina com o filho-não-nascido de Tommy. Cinco minutos depois, Tommy a colocou para trabalhar de novo.

Eu acho que muitos amigos do RTB conquistaram um recém-descoberto respeito por Tommy naquela noite: ele não apenas construiu um arranha-céu, não apenas teve um orgasmo sem fim, mas quando ele teve, ele compartilhou. Ele olhou para o círculo de pessoas na Jacuzzi em choque e espantados, e ordenou que Honey trabalhasse do jeito dela pela banheira, chupando todo mundo. Foi difícil ter essa imagem fora da minha cabeça quando eu sentei em volta da mesa de jantar com o casal feliz e os pais de Tommy em West Covina uns meses depois. Ela não era o tipo de garota que você gostaria de levar pra casa com a sua mãe, a menos que você esteja no Bunny Ranch.

Eu deixei passar a oferta de Tommy, não por falta de respeito a ele, mas porque eu estava puto demais pra voltar. De fato, eu decidi que eu queria deixar a festa completamente. Eu estava drogado, confuso, e queria ver Lita. O problema era que RTB tinha as portas trancadas e bloqueadas, como normal, para ter certeza que ninguém iria embora fodido demais para poder dirigir. Para piorar a situação, eu não tinha idéia de onde tinha colocado minhas roupas.

17 de jul. de 2010

Capítulo 4 - Nikki

Capítulo 4

Nikki

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Das estranhas, improváveis, e geralmente repugnantes aventuras que colocaram nossos heróis em uma jornada com o menestrel Ozzy Osbourne e sua prazerosa cônjuge, Sharon.

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Era o começo do fim até o ponto que a diversão começou a preocupar: cocaína sem limites. Tommy conheceu esses estranhos personagens em Simi Valley que poderiam parar no Cherokee Studios, onde nós estávamos gravando o Shout at the Devil, e trazer um pouco de coca. Nós poderíamos ficar três dias direto fazendo música e nem pensávamos que estávamos trabalhando pesado. Vince colou figuras de revistas pornôs pela parede toda, e garotas jorravam dentro e fora do estúdio, sendo fodidas com microfones na sala de comando, garrafas na cozinha, e cabos de vassoura no closet porque nós estávamos sem idéias do que fazer com elas.

Ray Manzarek, o tecladista do The Doors, estava trabalhando na próxima porta, e ele parava quase todo dia, enxugava nossa bebida, e nos deixava altos e secos. Nós nunca fomos grandes fãs de The Doors, então isso nos deixou de saco cheio. Fora de propósito, nós não dissemos nada, mas nós sempre nos perguntávamos: se Ray era um puta de um demônio, quão ruim seria Jim Morrison?

Mais tarde, cocaína me fez ficar isolado e paranóico. Mas daí, tinha uma festa com drogas, alguma coisa mais divertida para colocar meu nariz para o alto de novo. Uma noite, Tommy, seu técnico de bateria Spidey, e eu estávamos ficando bêbados em um boteco na esquina do estúdio para tirar a ressaca que a cocaína estava nos dando. Dois tiras sentados próximos de nós começaram a ficar agressivos

fig.3


com a gente, fazendo comentários não originais como, “Belo cabelo, garotas.” Então depois do álcool fazer efeito e nós tomarmos alguns remédios para dor para sairmos de lá, fomos para fora até o seu carro. A janela estava abaixada, então nós nos enfileiramos, mijamos no banco e saímos correndo. Voltando para o estúdio, Tommy estava tão alto que jogou um tijolo na janela da sala de comando. Nós não sabíamos realmente o que estávamos fazendo ou como gravar um álbum profissional.

Na outra manhã, nós ainda estávamos no estúdio gravando “I Will Survive.” Tinha um gongo preso por uma corda sobre nossas cabeças e nós enrolávamos a corda o máximo que conseguíamos e soltávamos, assim a corda girava em círculos, produzindo um horripilante som. Enquanto isso girava, nós deitávamos de costas e tentávamos cantar “Jesus is Satan” atrasados, o que parecia “scrambled eggs and wine” (*ovos mexidos e vinho) ou alguma coisa assim. Nosso engenheiro nos abandonou nesse dia. Ele disse que todos nós éramos possuídos pelo Satã. E talvez nós fôssemos.

11 de jul. de 2010

Capítulo 3 - Tom Zutaut

Capítulo 3

Tom Zutaut

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Uma questão delicada é abordada durante o curso de uma breve entrevista com Tom Zutaut, um inocente e bem intencionado benfeitor.

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Fale-me sobre o US Festival.

Eu só me lembro de dirigir para o meio de lugar nenhum e a banda ser paga por um garoto da Apple para fazer esse show na frente de todas essas pessoas.


Você se lembra de algo mais notável desse dia?

Bom, foi meio estranho vê-los toando no meio do dia.


Você foi para o festival com alguém?

Eu fui com Doc [McGhee] e Doug [Thaler].


Alguém mais?

Sim, minha namorada foi comigo.


Alguma coisa estranha aconteceu com a sua namorada nesse dia?

Não, não que eu me lembre.

Porque o Vince me disse que dormiu com ela.

Ele dormiu com a minha namorada?!?


Foi o que ele me disse.

Não, isso nunca aconteceu.


Ele disse que ela estava vestindo um biquíni de pele de leopardo.

Ok, então era uma garota diferente. A namorada real não estava vestindo um biquíni de leopardo. Isso era provavelmente algum rolo sem valor que eu estava tendo. Nikki provavelmente esteve preocupado com isso todos esses anos, mas ela não significava nada pra mim.


Era o Vince, não o Nikki.

Era Vince? Bom, Vince tem uma fissura sem fim por garotas. Ele pode pegar dez garotas antes do set e dez garotas depois. Você olha pra ele e fala, “Cara, onde ele consegue isso?” ele nunca para. Eu fico impressionado porque ele tem uma namorada. Quando ela está perto deles é como se fossem casados, mas quando ela vira sua cabeça ele está fodendo outra pessoa. Eu não estou surpreso. Eu penso que se eu tentasse voltar e lembrar, tinha uma garota que eu costumava pegar em algumas datas de vez em quando por um bom tempo e pode ser ela. Seu nome era Amanda alguma coisa de San Diego. Foi antes de eu conhecer a namorada que eu estava pensando inicialmente. Enquanto eu penso mais sobre isso, eu me lembro dela vestindo alguma coisa pequena de pele de leopardo.


Você está chateado?

Se alguém fosse importante pra mim, eu não a levaria para um show de rock como aquele. Eu definitivamente não deixaria ninguém em um trailer com algum membro do Mötley Crüe.

Teve outra vez que eu tinha outra namorada que Nikki atualmente fodeu. Ela era uma garota festeira, e ela estava saindo do backstage comigo. E Nikki na minha frente a agarrou e transou com ela. Ela estava no seu período. Era nojento. Ela nem tentou pará-lo. Eu a conhecia por apenas umas semanas e era a segunda ou terceira vez que estávamos saindo. Ela não se tornou uma namorada séria depois disso. Mas eu não culpei Nikki. Parte disso era que garotas me usavam para ir pro backstage. Então percebi que esse era um ótimo jeito de achar para o que alguém era feito. Eu era como se tivesse vinte e um anos. Eu não estava pronto para casar ou ter um relacionamento sério. Digo, no mínimo Nikki não estava escondendo nada. Eu penso que ele disse, “Essa garota com quem você está é uma gracinha. Você se

importaria se eu a pegasse?” e eu disse, “Não, eu não me importo. Não é nada sério.”

Mas isso do Vince eu realmente não sabia.


Desculpe-me de ter dito isso pra você.

Sim, eu ainda penso que com o Vince foi a garota de San Diego. E, sabe, relacionamentos terminam imediatamente depois disso. Ela começou agir super estranho depois do festival, agora que eu penso sobre isso, como se algo tivesse acontecido. Eu lembro depois desse fim de semana me despedir dela e nunca mais vê-la de novo porque ela estava agindo estranho. Provavelmente por causa do Vince. Primeiramente, ela provavelmente pensou, “Oh, eu vou ser a nova namorada do Vince e esquecer esse cara A&R.” Mas ela percebeu que ela era só mais uma das cincos garotas que ele tinha comido em quinze minutos. Então provavelmente ela se sentiu traída: ela não tinha nada com ele, mas se eu descobrisse sobre isso ela estava fodida. Eu me lembro dela ficando estranha depois disso, tão estranha que eu não me lembro de tê-la visto de novo.

Assinatura do contrato no escritório da Elektra. Em sentido horário da esquerda: Jose Smith, Mick, Allan Coffman, desconhecido, Vince, Nikki, Tom Zutaut, Tommy