19 de abr. de 2010

(continuação 5) Capítulo 3 - Nikki

Eu estava muito ansioso que eu liguei pro meu tio na Capitol e pedi, “Eu quero ter contato com Brian Connolly da Sweet!”

“O que?!” ele perguntou, duvidoso.

“Eu tenho essa banda incrível, sabe, e eu quero mandar para ele algumas imagens.”

Eu mandei para Connolly as fotos e, como favor pro meu tio, ele concordou em aceitar minha ligação na próxima semana. Eu passei o dia todo em casa, planejando o que eu iria dizer na minha cabeça. Eu peguei o telefone e comecei a discar, então começou a chamar.

Finalmente, eu tive coragem. Logo que ele atendeu, eu estava indo diretamente para meu discurso sobre London e como nós estávamos no caminho para a grande hora e como nós iríamos usar seus conselhos ou seu apoio ou qualquer tipo de instrução que ele provavelmente teria. Talvez nós pudéssemos fazer uma turnê juntos um dia.

“Você está pronto, colega?” ele perguntou.

Eu estava pronto.

“Eu peguei suas fotos e sua música,” ele continuou. “E eu vejo o que você está tentando fazer. Mas eu não posso te ajudar.”

“Cara, eu penso que nós seremos a maior banda em Los Angeles, e eu penso que isso pode ser bom para nós-”

Ele me cortou: “Sim, bem, eu já ouvi isso antes, colega. Meu conselho seria que você continuasse seu trabalho do dia. Esse tipo de música nunca conseguiria isso.”

Eu estava destruído. Ele foi do meu ídolo para meu inimigo: um amargo rock star sentado em um trono de merda em sua mansão em Londres.

“Bom,” eu disse, “Me desculpe de fazer você se sentir dessa maneira.” E eu desliguei o telefone fiquei o encarando por meia hora, sem a certeza se eu iria rir ou chorar.

No final, isso apenas me deu mais motivação para fazer sucesso e fazer Brian Connolly se arrepender que ele tinha me insultado. Nosso diretor era David Forest, um demônio exibicionista que fazia a Starwood funcionar junto com Eddie Nash, que mais tarde foi acusado do assassinato de John Holmes (quando a estrela pornô estava envolvida na fatal batalha de quatro pessoas na casa de um comerciante de drogas em Laurel Canyon). Forest, caridoso, deu para mim e para Dane Rage empregos no clube limpando e fazendo carpintaria à tarde. Nós trabalhávamos então à noite nós poderíamos tocar com a London e derrubar confetes e fazer bagunça, e no dia seguinte nós seriamos pagos e limparíamos.

Foi até Forest dizer eu que estava expondo a decadência do L.A. com a mistura do rock e do disco. Eu sentei no escritório com ele e pessoas como Bebe Buell e Todd Rundgren, que podia envenenar minha mente impressionávelmente com histórias de overdoses de Steven Tyler e Mick Jagger indo pros bastidores enquanto groupies ficavam por aí adormecendo com heroína. Ou eu poderia ver heróis locais como Rodney Bingenheimer e Kim Fowley festejando. Eu tinha todos os runs com coca de graça que eu queria, além de eu aprender sobre todas as drogas que seus nomes foram apenas ouvidos antes. Drogas de verdade. E eu as amava.

Eu era novo e bonito e tinha cabelo comprido. Eu me apoiava contra a parede na Starwood de escarpim e calças super apertadas com meu cabelo nos meus olhos e nariz empinado. Quanto mais eu me preocupava, eu tinha feito isso. Eu podia dormir até que eu tivesse que levantar e fazer alguma coisa pra ganhar dinheiro, como telemarketing ou vender drogas porta por porta ou trabalhar na Starwood. De noite eu ia para a Starwood e bebia e brigava e comia garotas no banheiro. Eu realmente achava que eu tinha me tornado meus heróis: Johnny Thunders e Iggy Pop.

Agora que eu olho pra trás, eu me dou conta o tanto que eu era ingênuo e inocente. Não tinha jatos ou estádios liquidados, não tinha mansões ou Ferraris. Não tinha overdoses ou orgias com braços de guitarras enfiados na bunda das garotas. Eu tinha me tornado apenas um pequeno garoto convencido em um clube que, como muitos outros antes e depois dele, pensava que uma picada dolorida e narinas ardentes significavam que era o rei do mundo.

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