4 de fev. de 2011

Capítulo 2 - Nikki (continuação)

Mas as vozes continuaram. “Eu irei matar vocês, eu irei matar vocês!” eu gritei pra eles. Eu abri a porta chutando, e vi que elas estavam vindo de um locutor de quatro pés de altura no canto. Eu carreguei outro pente de bala na arma e acertei o locutor com pontos ocos de bombardeio da .375 Magnum. Aquilo caiu pro lado. Mas as vozes continuaram: “Oi, esse é KLOS, e vocês estão falando com Doug...”

Eu me virei, e todo mundo caiu fora da minha sala enquanto eu acabava com o pobre locutor até, finalmente, as vozes pararem. Eu acho que a Vanity deve ter, em um momento de lucidez, descoberto como desligar o rádio.

Nossa relação era uma das mais estranhas, mais autodestrutivas que eu já tive. Nós farreávamos juntod por uma semana, e então não nos víamos por três semanas. Ou, enquanto fumávamos crack, ela me ensinava o quanto a Coca-Cola era ruim para o meu estômago. Uma tarde quando eu estava na casa dela, uma dúzia de rosas de Prince chegaram com uma nota escrita: “Deixe-o. Me responda.” Na hora, eu me deixei enganar, mas agora eu acho que ela estava apenas me manipulando. Prince provavelmente nunca mandou nenhuma flor.

Outras vezes, eu tava no apartamento dela, e ela me mandou ir tomar suco de laranja. Quando eu voltei, os seguranças não me deixaram entrar.

“Mas eu estava aqui agora pouco,” eu disse, completamente confuso.

“Desculpe, senhor, ordens diretas. Você não pode entrar.”

“Que mer...”

“Se eu fosse você, eu iria pra qualquer outro lugar. Eu não sei tudo o que acontece nesse apartamento, mas eu não quero saber.”

Um dos seus vizinhos por fim me disse que ela tinha um vendedor esperando por ela na esquina, que levava pra ela pedras de cocaína para quebrar logo que eu saia. Ela escondia isso de mim não porque ela estava envergonhada do tamanho do seu habito, mas porque ela estava preocupada que eu usasse tudo.

Uma noite, Vanity pediu para eu casar com ela. Eu disse sim apenas porque eu estava drogado, a idéia era surreal, e isso era mais fácil do que falar não. A relação se baseava apenas em drogas e diversão, não amor ou sexo ou até mesmo amizade. Mas quando ela estava drogada em uma entrevista, ela dizia pra imprensa que nós estávamos noivos. Tommy estava em uma casa multimilionária em Hollywood, e lá estava eu preso na cidade do rock. Sem saber isso sempre parecia que ele estava olhando de cima para a gente – porque nós merecíamos isso.

Enquanto eu estava saindo com a Vanity, nossos empresários começaram a tentar colocar a banda de volta na comunicação para gravar um álbum. Nessa altura, eu não estava apenas fazendo freebasing, eu estava usando heroína de novo. Eu usava botas de cowboy do lado de fora de calças justas, e os lados das botas estavam constantemente cheio de seringas e blocos de alcatrão. Eu não queria estar injetando mais, e eu coloquei muito esforço em tentar ficar direito. Mas eu não conseguia ajudar isso. Quando eu decidi continuar na metadona para retroceder, isso apenas piorou e logo eu estava viciado em heroína e metadona. Toda manhã, antes de ir para o estúdio, eu dirigia para a clinica de metadona no meu novíssimo Corvette e ficava na fila com todos os outros drogados para pegar injeção. Daí eu dirigia para o estúdio e passar metade de cada dia dando pausas para ir ao banheiro. Às vezes Vanity passava por lá e me embaraçava por dar lições de moral na banda por causa dos perigos das bebidas gasosas e o ato de acender incensos que cheiravam a merda de cavalo.

Lita Ford estava trabalhando em um disco no estúdio na próxima porta, e quando ela me viu, ela não conseguia acreditar em quanto eu estava deteriorado. “Você estava pronto para enfrentar o mundo,” ela me disse, “mas agora você parece como se você estivesse deixando o mundo te levar para baixo.”

E apesar de eu não conseguir escrever uma música para o disco do Mötley, eu consegui escrever uma música com ela para o álbum dela, titulada de maneira correta “Falling In and Out of Love.”

Enquanto nós estávamos chegando a algum lugar lentamente com o nosso álbum, meu avô e tia Sharon ficavam ligando. Minha avó estava ficando doente, e eles queriam que eu fosse visitá-la. Mas eu estava tão drogado, que eu ficava ignorando as ligações – até ser tarde demais. Meu avô ligou chorando numa tarde e me deu instruções para o funeral dela, que era estar lá o próximo sábado. Eu prometi a ele que eu iria estar lá. Quando o sábado chegou, eu estava acordado fazia dois dias diretos. Eu cheirei um pouco de cocaína para me dar energia suficiente para por um pé na frente do outro, engatinhado fora do sofá, começado a me vestir, e remexendo tentando achar o endereço por uma hora. Então eu mudei minhas roupas três vezes, e fiquei rodeando procurando a chave do carro e me preocupando em como eu iria achar o local do funeral antes de eu decidir que isso era complicado e eu não conseguiria fazer meu papel em grupo. Eu sentei de volta no meu sofá, usei um pouco de freebasing, e liguei a TV.

Eu sentado lá, sabendo que enquanto eu assistia Gilligan’s Island, o resto da minha família estava no funeral dela, e a culpa começou a cair. Ela era a mulher que tinha me suportado quando minha mãe não conseguiu, a mulher que tinha me levado do outro lado do país do Texas para Idaho como se eu fosse seu próprio filho. Sem sua boa vontade para me entender toda hora, se ela estivesse vivendo em um posto de gasolina ou em uma fazenda de porcos, eu provavelmente nunca estaria sentado em uma casa de rock star gigante injetando. Eu estaria fazendo isso debaixo de uma ponte em Seattle.

No outro dia, eu resolvi ficar limpo para poder escrever alguma música para o álbum, e talvez até ligar para o meu avô e implorar para ele esquecer minha auto-centralidade. A primeira música que eu escrevi foi “Nona,” que era o nome da minha avó. Tom Zutaut passou pela minha casa e ouviu – “Nona, I’m out of my head without you” – e as lágrimas escorreram de seus olhos. Eu freqüentemente tenho pesadelos sobre a doença da minha avó e do funeral, porque não estar lá para ela e pro meu avô é uma das coisas que eu mais me arrependo sobre minha vida.

Tom não estava mais trabalhando na Elektra. Ele tinha mudado pra Geffen e tinha assinado o Guns n’ Roses. Ele queria que eu produzisse o álbum deles e visse se eu conseguiria tornar o punk-metal que eles estavam tocando na época um pouco mais comercial, limite melódico sem sacrificar a credibilidade. Eles eram apenas uma banda punk, ele me disse, mas eles eram capazes de ser a melhor banda de rock n’ roll no mundo se alguém pudesse ajudá-los a achar a melodia para levá-los a isso. Eu estava com muita agonia tentando diminuir minha entrada de drogas para considerar a idéia, mas a confidencia de Tom me motivou para escrever para o meu próprio álbum. Eu comprei um velho livro do Bernard Falk de 1937 chamado Five Years Dead, que inspirou a música de mesmo nome, e ajudou a colocar meu cérebro pra funcionar. Eu sabia que minha janela de sobriedade poderia ser curta, então eu tinha que trabalhar rapidamente.

Como o Theatre of Pain, Girls, Girls, Girls poderia ter sido um álbum fenomenal, mas nós estávamos envolvidos demais em nossas próprias besteiras para colocar qualquer esforço nisso. Você realmente pode ouvir a distância que cresceu entre nós em nosso desempenho. Se nós não tivéssemos conseguido forçar mais duas músicas para fora de nós (a música titulo e "Wild Side"), o álbum teria sido o fim das nossas carreiras.

No estúdio, nós estávamos misturando nossas músicas com algo que nós nunca tínhamos combinado com elas antes: culpa, negação, e segredo. E essas três palavras são a diferença entre um viciado e um hedonista. Tommy estava na Heatherlândia, que não era apenas um lugar de paraíso, mas também de disciplina, onde ele tinha que esconder o uso de drogas dela. Por causa disso, ele estava se tornando estressado destruído. Vince estava tentando ficar sóbrio, mas falhou miseravelmente, se distraindo com sua própria infelicidade com garotas e lutadoras na lama; Mick estava fazendo algo em nossas costas, apesar de nenhum de nós termos idéia do que era. Nos meses antes de nós retornarmos pro estúdio, nós estávamos ocupados demais lutando com os nossos demônios que nós completamente esquecemos-nos de Mick. Quando nós o vimos de novo, ele parecia que alguém tinha costurado sua cabeça junto com o corpo de um samoano lutador: seus braços e pescoços estavam tão inchados que nós ficamos preocupados que ele não conseguisse mais alcançar o braço da sua guitarra. Ele sempre pareceu velho demais para festejar conosco, que ele tinha feito seu uso se drogas enquanto era adolescente, mas algo estava acontecendo. E ele não estava falando para nós o que.

fig. 3 Nona, avó do Nikki

Capítulo 2 - Nikki

Capítulo 2

Nikki

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Lembranças de como um bom amor floresceu em um noivado, agradecendo sem medida para um uso de um trovador do antigo truque de dar drogas ao Nikki

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O dia depois que eu voltei pra casa do casamento do Tommy, tinha uma correspondência do nosso contador, Chuck Sapiro, esperando por mim na caixa de correio. “Você tem gastado cinco mil dólares por dia,” ele escreveu. “Cinco mil dólares vezes sete é trinta e cindo mil dólares por semana. Por mês, são cento e quarenta mil dólares. Em exatos onze meses, você estará completamente quebrado, se não tiver morto.”

Antes do casamento do Tommy, eu tinha combinado de manter meu hábito um segredo porque eu dificilmente via o pessoal da banda. A gangue agora tinha se dividido em diferentes casas em diferentes partes da cidade. Nós ainda estávamos fazendo a mesma coisa que nós fazíamos quando morávamos no apartamento juntos: acordar, se drogar, ir dormir e então começar tudo de novo. Mas a diferença era que nós não estávamos fazendo isso juntos. Tommy estava na Heatherlândia, morando em uma casa multimilionária em um bairro privado com seguranças. Ele estava muito animado que um dos seus vizinhos era um investidor que fazia quarenta e cinco milhões de dólares por ano e outro era um advogado que lidava com os principais casos de homicídio. Mas tudo o que eu conseguia pensar era, “Essas pessoas costumam ser nossas inimigas.”

Vince estava ou na cadeira ou saindo da sua casa com donos de boates de strip ou esportistas e homens de negócios sujos. E Mick, ele é muito secretório, ele poderia estar vendendo armas com o Irã ou fazendo pistas de descolagem por tudo que eu sei.

A força de uma banda está na solidariedade dos seus membros. Quando eles se dividem em mundos diferentes, é quando normalmente os problemas e brechas começam e levam a uma separação. O que era legal sobre nós inicialmente era que Vince e Tommy eram garotos de Covina, eu era de Idaho, e Mick de Indiana; nós éramos perdedores sem função que de alguma forma tornaram rock stars. Nós fizemos nossos sonhos tornarem realidade. Mas nós fomos pegos pelo sucesso de tal forma que esquecemos quem nós éramos. Vince estava tentando Hugh Hefner, Tommy pensava que ele era a Princesa Diana com seu casamento de classe alta e novos amigos, e eu pensava que eu era algum tipo de drogado glamoroso boêmio como William Burroughs ou Jim Carroll.

Eu acho que Mick sempre quis ser Robert Johnson ou Jimi Hendrix, apesar de que ele estava bebendo tanto que estava começando a parecer mais com o Meat Loaf.

A realidade caiu sobre mim no casamento do Tommy. Eu estava tentando chutar, sem sucesso, e eu estava fazendo um cu de mim mesmo porque eu não tinha habilidades sociais e não curtia dançar com milionários. Durante a recepção, eu disse para o nosso empresário, Rich Fisher, que eu estava usando um pouco de heroína, como se isso não fosse óbvio. E ele disse pra todo mundo no escritório da gerência. Quando eu não respondi a carta de aviso do Chuck, minha companhia de gerência e um conselheiro chamado Bob Timmons (que tinha ajudado o Vince a ficar sóbrio) apareceram na minha casa e começou uma intervenção. Primeiramente, eu estava chapado. Mas depois de falarem por horas, eles me deixaram pra baixo. Nicole e eu aceitamos a entrar na reabilitação. O lugar era de fato a mesma clinica na Van Nuys Boulevard que o Vince esteve.

Como Vince, eu não estava pronto pra reabilitação. Mas diferente de Vince, eu não tinha perigo da prisão me manter lá. Durante meu terceiro dia, uma gorda, verruguenta ficava tentando me convencer que para ficar limpo eu tinha que acreditar em um poder maior. “Foda-se você e foda-se Deus!” eu por fim gritei para ela. Eu sai do quarto, e ela me seguiu. Eu me virei, cuspi na cara dela, e a mandei se foder de novo. Dessa vez ela foi. Eu fui pro meu quarto, peguei minha guitarra, pulei a janela, e comecei a andar pra Van Nuys Boulevard com a minha roupa de hospital. Eu morava cinco milhas dali: eu achava que eu conseguiria.

O hospital ligou para Bob Timmons e disse pra ele que eu tinha escapado. Ele entrou no seu carro e me pegou na Van Nuys Boulevard.

“Nikki, entre no carro,” ele disse enquanto ele parou ao meu lado.

“Vai se foder!”

“Nikki, está tudo bem. Apenas entre no carro. Nós não estamos bravos com você.”

“Vai se foder! Eu não vou voltar para aquele lugar!”

“Eu não te levarei de volta. Eu prometo.”

“Sabe de uma coisa? Vai se foder! Eu nunca voltarei lá. Essas pessoas são insanas! Eles estão tentando fazer uma lavam cerebral em mim usando Deus e toda essa merda!”

“Nikki, eu estou do seu lado. Eu te levarei pra sua casa, e nós acharemos um jeito melhor de você ficar limpo.”

Eu cedi e aceitei a carona. Nós voltamos para minha casa e jogamos fora todas as agulhas, colheres, e resíduos de droga. Eu implorei para ele me ajudar a ficar limpo sozinho, sem Deus. Daí eu liguei para os meus avós por apoio, porque qualquer sanidade que eu tinha como adulto era graças a eles. Mas minha avó estava doente demais para receber a ligação. Nessa noite, eu escrevi “Dancing on Glass,” lembrando da minha overdose com a linha “Valentine’s in London/Found me in trash.”

Nicole ficou na reabilitação por mais duas semanas. Quando ela retornou para casa como uma paciente depois de tudo, algo estava diferente. Nós estávamos sóbrios. E estando sóbrios, nós descobrimos que nós não gostávamos um do outro tanto assim. Sem a heroína, nós não tínhamos nada em comum. Nós terminamos imediatamente.

Para ficar limpo, eu contratei um assistente chamado Jesse James, que era uma versão de seis pés e cinco polegadas do Keith Richards e que sempre usava um chapéu SS cobrindo o que eu acreditava ser uma peruca. Mas ao longo do tempo, seu trabalho se transformou de babá para companheiro de crime. Ele vinha e trazia drogas pra mim, e como uma recompensa, ele as usava comigo. Nós bebíamos e cheirávamos coca na maioria das vezes. Mas de vez em quando eu injetava um pouco de heroína, pelos velhos tempos.

Como a Nicole tinha ido embora, eu comecei a trocar de garotas como de meias. Jesse e eu ficávamos sentados e assistíamos TV o dia todo, eu tentava escrever algumas músicas para o próximo álbum, e quando isso falhava, nós ligávamos para qualquer garota de Hollywood que nós queríamos transar naquela noite. Mas quando nós tínhamos transado com todas as strippers e atrizes pornô que nós queríamos, nós rapidamente ficamos entediados. Nós andávamos pela vizinhança e jogávamos tijolos nas janelas, mas a diversão acabou rapidamente. Eu decidi que eu precisava de uma namorada. Então nós começamos a pegar as garotas da televisão que nós queríamos sair, imaginando todos os tipos de enredos de encontros engraçados. Tinha uma loira fofinha que era loucura local que nós assistíamos, e eu liguei para ela na estação durante um comercial e falei besteiras com ela. Daí eu a assisti quando ela voltou para o ar para ver se ela parecia agitada ou atrapalhada ou preocupada. Apesar dela nunca aparecer, por alguma razão ela sempre atendia nossas ligações.

Um dia, o vídeo para Vanuty 6’s “Nasty Girl” foi ao ar, em que as três garotas na banda se esfregavam sugestivamente como elas cantavam. Como a protegida de Prince, a líder da banda, Vanity, parecia ter vindo de um mundo muito diferente do meu. “Deve ser legal transar com ela,” eu disse pro Jesse.

“Vá atrás disso, cowboy,” ele disse pra mim.

Eu liguei para a nossa companhia de gerência e disse pra eles que eu queria conhecer Vanity.

Eles ligaram para os seus empresários, e dentro de uma semana eu estava no caminho para o apartamento dela em Beverly Hills para o nosso primeiro encontro. No segundo que ela abriu a porta, ela me fixou com uma louca encarada. Seus olhos pareciam que iam saltar do seu crânio, e eu soube antes dela falar uma palavra que ela estava completamente psicótica. Mas por outro lado, lá estava eu. Ela me convidou para entrar no seu apartamento, que era apenas alguns cômodos misturado com lixo e roupas e artesanatos. Sua casa era cheia de estranhos murais com recortes de revistas, caixas de ovos, e folhas mortas colados a eles. Ela chamada essas coisas de artesanato, e cada um tinha uma história.

“Esse aqui eu chamo de The Reedemer,” ela disse, apontando para uma colagem confusa. “Isso descreve a profecia de um anjo descendo na cidade, porque ele vai vir resgatar as almas presas nas lâmpadas dos postes de rua e os porquinhos irão andar pela rua e as crianças irão rir.”

Nessa noite, nós nunca deixamos o apartamento. Depois de todas as garotas que eu tinha corrompido, era a hora de alguma me corromper. O artesanato, ela finalmente admitiu, era algo que ela fez depois de passar dias freebasing cocaína.

Freebasing?” eu perguntei. “Eu nunca fiz isso do jeito certo antes.”

E então eu me senti dentro da teia de aranha. Preso no feebase, eu perdi o pouco que ficou de autocontrole que eu tinha vindo praticado desde a reabilitação e me tornei um completo paranóico sem função. Uma tarde, tinha algumas pessoas na minha sala, e Vanity e eu estávamos presos no quarto. Nós ligamos o som, que estava ligado a alto-falantes pela casa, e ouvimos música enquanto nós fazíamos um freebase. Enquanto nós estávamos fumando, a música parou e um programa de rádio começou. Eu peguei minha .357 Magnum e dei outra tragada. Enquanto eu guardava o freebase nos meus pulmões, eu gritei para o rádio, “Seus filhos da puta, eu irei atirar em vocês. Dêem o fora daqui.” Eu acho que eu de alguma forma pensei que as vozes que saiam do rádio eram das pessoas que estavam na minha sala, que estava do outro lado da porta. As vozes não pararam quando eu gritei para elas, claro, então enquanto eu expirava uma doce baforada de fumaça branca no ar, eu descarreguei minha .375 através da porta.