14 de abr. de 2010

(continuação) Capítulo 3 - Nikki

Eu arrumei um trabalho vendendo aspiradores Kirby por telefone, mas eu não parecia estar perto de um negocio único. Um dos outros vendedores me disse sobre um trabalho limpando carpetes que estava aberto para qualquer um que tivesse um carro. Então eu peguei o emprego de vaporizador com a única intenção de ir para a casa das pessoas e colocar o vaporizador na porta dos seus quartos para mantê-las longe enquanto eu invadia seu armário de remédio e pegava todas as suas drogas. Para um dinheiro extra, eu trazia uma garrafa de água comigo e dizia para as pessoas que era Scotchgard, e eu podia selar seus carpetes de forma que a sujeira não se fixava. Eu explicava que o preço ia para $350 por toda a casa, mas, como eu era um estudante tentando trabalhar do seu jeito pela faculdade, eu faria isso por cem dólares se eles me pagassem um cachê e mantessem isso em segredo. Então eu andava pela casa espirrando água e roubando tudo que eu pensava que eles não notariam por uns dias

Eu estava começando a produzir muito dinheiro, mas eu ainda não conseguia pagar meu aluguel. O apartamento estava parecido com uma versão bagunçada de Melrose Place. Meus vizinhos eram um casal jovem, e quando eles terminaram, eu comecei a foder a esposa até o marido voltar. Então eu me tornei amigo dele, e nós decidimos vender tranqüilizantes porque eles estavam na moda nesse mês. Eu provavelmente acabei engolindo o tanto que eu vendi.

Na mesma época, eu comecei minha primeira banda junto com Ron e alguns amigos dele: uma garota chamada Rex, que cantava e bebia como Janis Joplin, e seu namorado, Blake ou algo do tipo. Nós chamávamos Rex Blade, e nós parecíamos bons. Tínhamos calças brancas que amarravam na frente e atrás, uma camiseta sem manga preta e grudada, e cabelo bagunçado que parecia como Leif Garret em um dia ruim. Nós ensaiávamos em um edifício comercial perto de onde a Mau Maus ensaiava.

Infelizmente, nós não tocávamos tão bem quanto parecia. Em retrospecto, a única coisa que Rex Blade servia era para ter uma boa desculpa para se drogar e isso me deu o direito de dizer para as garotas que eu tocava em uma banda.

Como sempre, minha atitude de merda fez esse período ser curto em minha vida. Eu pensei em tudo que eu sempre experimentei foi em um curto prazo e passageiro que se alguma coisa não permanecesse estável bom um bom tempo, eu entraria em pânico e em autodestruição.

Então eu fui mandado embora da Rex Blade por fazer o clássico erro de uma banda de rock que muitos outros já tinham feito antes de mim e irão fazer ate o fim dos tempos. Isso acontece quando você começa escrevendo as letras. Suas palavras parecem super importantes e você tem sua própria visão que não acomodava nenhum outro. Você é super narcisista para perceber que o único caminho pra melhorar é ouvir por outras pessoas. Esse problema era composto pela minha teimosia e volatilidade. Se eu fosse Rex ou Blake, eu teria me expulsado da banda, também, junto com todos os pequenos três-acordes que eu pensava que eram uma obra-prima.

Dias depois, a polícia bateu na minha porta e me jogou na rua. Depois de um ano e meio de não pagar aluguel, eu finalmente fui despejado. Eu mudei para uma garagem que eu encontrei nos classificados por cem dólares por mês. Eu dormia no chão sem aquecedor e nenhuma mobília. Tudo o que eu tinha era um espelho e um rádio.

Toda manhã eu engolia um punhado de tabletes de anfetamina e dirigia para fazer turno para uma fábrica em Woodland Hills das 6 da manhã até as 6 da tarde, onde nós mergulhávamos circuitos de computadores em um tipo de substância química que poderia arrancar nossos braços fora. Depois de trabalhar lá, jogando Pong o dia todo, e brigando com os mexicanos (não como as distrações que eu mais tarde poderia desfrutar com meu meio-mexicano, meio-loiro, vocalista), eu dirigia diretamente para Magnolia Liquor na Burbank Boulevard e trabalhava das 7 da noite até as 2 da manhã. Antes de ir embora, eu enchia minhas botas com o tanto de garrafas com bebidas alcoólicas que eu pudesse e dirigia para a minha garagem durante uma hora. Eu me embriagava e parava na frente do espelho, fã do meu volumoso cabelo preto, curvava minha boca com um sorrisinho, colocava minha guitarra em volta do meu pescoço, e tocava, tentando parecer Johnny Thunders do New York Dolls até eu ficar exausto e bêbado. Então eu acordava, tomava mais pílulas, e começava tudo de novo.

Tudo isso era parte do meu plano: eu estava indo trabalhar até o cu fazer bico até eu ter dinheiro suficiente para comprar equipamentos que eu precisava pra começar uma banda ou que tenha grande êxito, ou que atraísse toneladas de garotas ricas. De qualquer forma, eu estaria tão estabelecido que não teria que trabalhar mais. Para um cachê extra, quando alguém vinha comprar licor, eu registrava a metade do preço cobrado deles. Eu escrevia embaixo a quantidade que eu não registrei em um pedaço de papel e colocava na minha calça. Então, no final da noite, eu somava o dinheiro e fodia com a loja, embolsando o dinheiro, e fechava, oitenta dólares mais rico. Minha contabilidade nunca seria mais o menos por mais de um dólar: eu aprendi a minha lição na Music Plus.


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