12 de abr. de 2010

Capítulo 2 - Mick

Capítulo 2

Mick


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O prazeroso e casual encontro de Mick com um vendedor de destilados.

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Eles estavam cobrando dois caras por um vira de tequila na Stone Pony, e eu não iria arcar com isso. Nós deveríamos beber de graça desde a noite que uma banda de Southern-rock que eu estava tocando estava na conta. Eles eram originalmente chamados de Tem-Wheel Drive, mas eu disse a eles que se eles quisessem que eu entrasse, eles teriam que mudar o nome. Agora nós éramos chamados de Spiders and Cowboys, que, em uma escala de um a dez com nomes de bandas, conseguiríamos 4,9.

Em norte de Hollywood, eu estava descendo a Burbank Boulevard para a Magnolia Liquor para pegar uma dose de tequila barata. Estava frio como um mamilo de bruxa, e eu olhava fixamente para o chão, pensando sobre o que eu poderia fazer para ensinar Spiders and Cowboys sobre música boa. Eu não iria passar minha vida tocando guitarra e abandonando meus filhos, minha família, meu trabalho escolar – tudo – então eu poderia acabar tocando em uma banda de southern-rock.

Quando eu entrei na loja, o cara do balcão sorriu desdenhosamente, “Você parece um tipo de roqueiro.” Eu não posso dizer se ele estava elogiando ou fazendo piada sobre mim. Eu olhei e vi um garoto com um cabelo preto tingido rebelde, maquiagem bagunçada e calça de couro. Eu acho que disse à ele que ele parecia um roqueiro, também.

Eu estava sempre atento para as pessoas com quem eu poderia tocar, então eu decidi fazer algumas perguntas pra ele e ver se ele tinha algum potencial.

Ele tinha acabado de se mudar pra cá e estava morando com seu tio e sua tia, que eram


fig. 6


que eram pessoas importantes da Capitol Records ou algo assim. Seu nome era Frank, ele tocava baixo, e ele parecia um garoto correti. Mas quando ele disse que ouvia Aerosmith e Kiss, e eu não podia entender Kiss. Eu nunca gostei deles. Eu imediatamente o coloquei fora da minha lista de possibilidades de pessoas que eu poderia tocar. Eu curtia música boa, como Jeff Beck e Paul Butterfield Blues Band.

“Ouça.” Eu disse pro garoto. “Se você quer ver um guitarrista de verdade, venha pro Stone Pony depois do trabalho.”

Ele era um garoto arrogante, e eu não pensei que ele iria aparecer. Além do mais, ele parecia ter uns dezessete anos, então eu duvidei que eles o deixassem entrar. Na verdade, eu esqueci tudo sobre ele até eu o ver durante o show. Eu estava fazendo slide na guitarra com o microfone e fazendo todos aqueles solos insanos, e ele estava de boca aberta. Se alguém tivesse andando por perto poderia tropeçar naquilo.

Depois do show, nós tomamos uns drinks juntos e falamos sobre o tipo de merda que as pessoas que bebem muita tequila falavam. Eu lhe dei meu número de telefone. Eu não sei se ele tentou usar isso, porque eu fui pro Alaska para fazer alguns shows. Eu não me importei de qualquer maneira: ele gostava de Kiss.

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