1 de mai. de 2010

(continuação 5) Capítulo 1 - Tommy

De alguma forma eu me formei na South Hills High School, onde eu entrei pra banda marchante que eu tinha admirado tanto quando eu era pequeno. Porque nós competíamos com outras escolas, eu tinha que aprender todos os truques: rodar as baquetas, bater do lado do tambor, e outra merda que veio além de tocar tambor e também o atual professor. Os bateristas podiam balançar as baquetas presas nos seus pulsos com uma correia enquanto todos os tambores de cordas iam pro ar e estalavam suas baquetas em harmonia enquanto eles marchavam em tempos. Tudo o que eu aprendi na banda marchante eu usei para tocar com o Mötley mais tarde.

Mas para todo mundo na escola que se importava, eu podia muito bem ter aulas de balé ainda. Todo lugar que eu ia, as pessoas me chamavam de “gay batedor de pau”. Não era como quando eu tocava flauta: eu era a porra de um baterista. Isso me deixou de saco cheio que eu era o único que eu pensava ser legal.

O ancião da turma de bateria era alto, de cabelo preto, chamado Troy que tinha passado pela puberdade muito cedo na sua vida: seus ossos pareciam que estavam tentando estourar seu corpo, e seu rosto ainda estava inteiro manchado com cicatrizes de espinhas. Eu era apenas um novato, mas eu me sobressai rapidamente na banda e logo ele sentiu que eu estava ameaçando sua autoridade como capitão do grupo de bateria. Um dia depois do ensaio, eu estava abaixando para pegar meu tambor quando ele me deu um tapa nas costas. Quando eu me virei, ele socou meu nariz pro outro lado do meu rosto. Eu fui para o hospital, onde eles anestesiaram a área, enfiaram um par de alicates no meu nariz, e – crack – torceu isso pro lugar certo. Mas isso nunca pareceu o mesmo depois disso: continuou torto.

Eu nunca o vi de novo, porque depois disso, meus pais venderam a casa e mudaram 15 minutos mais longe. Eu comecei o segundo ano em uma escola chamada Royal Oak High em Covina/ San Dimas.

Foi lá que eu formei minha primeira banda, U.S. 101. Eu perguntei para os meus pais se nós poderíamos ensaiar na garagem, e eles deixaram. O guitarrista da banda, Tom, era um surfista bastante reconhecido e ele amava os Beach Boys. Mesmo assim eu achava Beach Boys uns estúpidos, viados de merda, eu toquei junto com ele porque eu estava faminto de poder tocar em uma banda. (Dois membros formaram o Autograph).

Do balé para o grupo de bateria, eu sempre fui o estranho. Estando em uma banda de rock de verdade, embora, de repente se tornou legal ser o estranho. E tem uma grande diferença entre ser um estranho chato e um estranho fodão. Isso não importava se minha banda era uma merda. Nós começamos tocar em escolas de dança e festinhas caseiras: todo lugar que eles precisassem de uma banda, ou não. Foi nesse período que eu vi o cara mais legal do mundo. Ele era um surfista com cabelo longo loiro como um ninho em cima da sua cabeça, como David Lee Roth. Ele era notável, todas as roupas brancas, ele estava em uma banda. Uma banda muito melhor do que a minha. Ele foi para Charter Oak High,



fig.2

Tommy com o pai, David Lee

Thomas, e mãe, Vassilikki


mais ou menos uma milha da minha escola. Mas ele estava sendo despejado do segundo ano e começou a ir para a Royal Oak. Logo que ele entrou pelas portas duplas – fodão, com calças apertadas de cós baixo e boca de sino e uma regata branca – você poderia ter pensado que o Arrebatamento estava acontecendo. Todas as garotas estavam chocadas, com uma paixonite por esse cabeludo loiro, surfista e roqueiro. Seu nome era Vince Wharton.

Eu fui até ele um dia na escola e disse, “Oi cara, e aí? Meu nome é Tommy e eu toco bateria. Eu ouvi falar que você está em uma banda”.

Sua banda chamava Rock Candy, e eu comecei a ir à festinhas então eu podia beber e vê-los tocando. Vince tinha uma voz legal: ele podia fazer cover de Chip Trick e fazer parecer exatamente como Robin Zander. E ele cantou algo meloso como Sweet e Aerosmith

Para mim, Vince era Deus. Ele estava em uma banda foda, ele era um surfista do caralho, as garotas desmaiavam de desejo sempre que ele passava, e tinha um rumor por aí que ele tinha sido pai de um garoto antes mesmo de estar no ensino médio. Eu achava que eu era sortudo, pois ele tinha conversado com um magrelo desajustado como eu. Eu nunca imaginei que eu poderia ser legal o suficiente para tocar em uma banda junto com ele atualmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário