9 de mai. de 2010

(continuação 4) Capítulo 2 - Tommy

Indo atrás do Primo Itt, carregando um Marshall, tinha um carinha desagradável chamado John Crouch, ou Stick, que o maior valor na sua vida parecia ser o fato dele ter comprado um carro, um pequeno Mazda que naquele tempo úmido de um dia de primavera tinha um alto-falante pregado do lado de fora de uma janela e o braço de uma guitarra na outra. (Para ser justo, ele também tinha um talento de trazer burritos) (*torta mexicana).

Nós montamos o equipamento do Mick, e Nikki mostrou a ele o riff do começo de “Stick to Your Guns”. Mick prestou muita atenção, curvando e deslizando suas ansiosas mãos como se fosse um louva deus, e pagou sua guitarra e tocou pra caralho, fazendo o riff super destorcido e insano que não conseguíamos reconhecê-lo mais. Eu não sabia como julgar se um guitarrista era bom ou não. Eu tava mais impressionado com o som dele tocando do que qualquer coisa. E eu gostei daquele som esquisito: era como se ele tivesse vindo de outro planeta habitado por espécies avançadas sonicamente que eles nem precisavam tomar banho.

Nisso, Primo Itt virou pra mim, pequenos olhos brilhando através de seu cabelo bagunçado, e disse “Vamos pegar alguma bebida.” Pegamos um galão de bebida na loja de bebida, ficamos de porre, e tocamos por uma hora. Daí, Primo Itt falou de novo. Ele puxou Nikki e eu de lado e resmungou alguma coisa sobre Robin. Daí, ele se virou pra Robin e disse pra ele, como um velho mal-humorado, “Você está fora. Existe apenas um guitarrista na minha banda, e esse sou eu.” Nós não tivemos nem que discutir se Mick estava certo sobre a banda ou não: o cara estava dentro.

Robin olhou para o Nikki, depois para mim, e nenhum de nós disse uma palavra em sua defesa. Seu rosto escureceu, ficou vermelho, como se ele tivesse deixado cair sua guitarra e arrebentado. Ele era um viado na real.

Depois de Robin ir embora, Nikki tingiu meu cabelo de preto para poder combinar com o dele e com o de Mick. E eles me encorajaram para fazer minha primeira tatuagem: Mighty Mouse, meu herói favorito desde sempre. Ele me fazia lembrar de eu mesmo: ele era pequeno e eu era magro, nós sempre estávamos tentando salvar o dia, e nós dois sempre conseguíamos a garota no fim. Eu tinha o desenho do Mighty Mouse com um tambor de bateria e baquetas em suas mãos.

Nikki, Mick, e eu começamos a ensaiar todos os dias, e era incrível como Nikki trazia sempre músicas novas. Depois, nós íamos para a Starwood como se já fossemos rockstars. Nós sentíamos falta de um vocalista.

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