20 de mai. de 2010

(continuação 3) Capítulo 3 - Vince

Uma noite, eu e Nikki encontramos gêmeas loiras idênticas que estavam no comercial do chiclete Doublemint e fomos pra casa delas. Depois disso, nós continuamos sem saber quem era quem, então tínhamos que esperar elas virem falar oi toda noite no Rainbow, porque nós não queríamos ir, e pegar a garota errada.

Mesmo a gente achando que não conseguiríamos cocaína, a gente sempre acabava cheirando um monte. Nós achamos alguém que estava guardando isso na van do Tommy, que se tornou nosso lugar de festa. A cada noite depois de ir ao Rainbow, nós íamos para a Santa Monica Boulevard, onde todos os jovens roqueiros e atores que nunca tinham feito isso estavam se prostituindo. Nós estávamos juntando dinheiro suficiente para comprar um burrito de ovo do Noogles. Daí, arrancávamos nosso pinto e enfiávamos naquela carne quente para cobrir o cheiro de buceta, então nossas namoradas não saberiam que estávamos fodendo qualquer coisa estúpida ou bebendo o suficiente para entrar na van do Tommy.

Eu não sei o que pensar de Mick. Ele era louco. Ele sentava do outro lado de onde eu tava e ficava rabiscando um pedaço de papel. Então ele vinha e me entregava e tava escrito algo como, “Eu vou te matar.” Seu rosto estava todo sujo e não barbeado, e ele costumava morder o mamilo do Tommy toda hora. Tudo o que Tommy fazia era empurrá-lo pra longe e falar, “Para com isso, isso irrita.”

Durante seu trabalho na Starwood, Nikki de alguma forma conseguiu conversar com seu chefe a respeito de fazermos nossos primeiros shows lá: duas vezes na sexta e no sábado abrindo para a Y&T. E mesmo no palco, nós atuávamos mais como uma gangue do que como uma banda.

Mick estava nervoso porque ele nunca tinha corrido durante um show inteiro ensaiado antes. Nós nem sabíamos qual seria nosso set list até Nikki colar uma fita adesiva, e escrever à mão num pedaço de papel no chão do palco no último minuto. Durante nossa primeira música “Take Me to the Top,” as pessoas estavam berrando “vai se foder!” e arremessando-nos coisas. Daí, um idiota com uma camiseta do AC/DC, jogou uma merda que atingiu minha calça de couro branca. Sem pensar, eu saltei do meio do palco e imobilizei sua cabeça e comecei espancá-lo. Eu olhei para trás, e Nikki estava com o seu baixo Thurderbird sobre sua cabeça. Ele balançava-o como em um jogo de resistência, tacando-o e esmurrando-o na omoplata de um garoto. Se tivesse um sino na cabeça do garoto, o sino teria ido parar no teto.

Nós estávamos tão perdidos que não sabíamos quando uma música acabava e outra começava. Mas nós parecíamos bons e lutávamos melhor ainda. No fim do segundo set daquela noite, nós tínhamos convertido nossos inimigos em fãs. Eles disseram para os seus amigos, e cada vez mais pessoas vinham ver a gente na outra noite.

Quando a Y&T entrou parar fazer o segundo set deles no sábado, metade do lugar tinha ficado vazio. Na próxima vez que fizéssemos um show com a Y&T nós teríamos que ser os principais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário