29 de jun. de 2010

(continuação 3) Capítulo 1 - Tom Zutaut

RTB, como a gente o chamava, era um cara que tinha grande prazer em fazer a festa perfeita. De quinta-feira a noite até domingo, tinha uma parada infinita de pessoas interessantes, mulheres bonitas, álcool, e outras coisas de festa na sua casa. Este era o último sistema de trancas disponível nas colinas na Sunset Drive, das configurações do controle remoto na sua cama para o grosso carpete. O céu era o limite lá: vinte pessoas peladas dentro da Jacuzzi, comidas sendo engolidas dos copos das mulheres, e qualquer coisa que você, eu, ou Calígula possa imaginar. Mötley Crüe e RTB eram uma combinação perfeita.

Eu sempre me sentia de fora, como um garoto de Chicago que tinha de alguma forma sido transportado para esse glamuroso filme onde eu encontrava todos os meus rock stars favoritos – Elton John, Rod Steward, e os caras do Queen, Journey, e Chip Trick. Algumas festas eram tão loucas que RTB podia apertar estes botões e trancar todo mundo lá dentro. Desse jeito, se alguém quisesse ir embora, eles tinham que pedir permissão para um guarda que teria que ter certeza que eles não estariam bêbados para dirigir. RTB era um cara esperto. Ele sabia que se ele iria facilitar essa bagunça, ele precisava diminuir os acidentes que ele poderia ser responsável, e vendo o estado que alguns convidados estavam, ele provavelmente salvou muitas vidas.

Quando nós acabamos de mixar o Too Fast for Love, Coffman de repente decidiu mandar a banda para uma turnê no Canadá, mesmo não tendo nenhuma gravação para divulgar. Nós protestamos e dissemos para ele que ele estava sendo inútil, mas Coffman era determinado.

Nós nunca entendemos porque Coffman fez a banda fazer uma turnê no Canadá até a verdade vir mais tarde: ele tinha vendido uma parte da sua participação na banda para um cara Michigan chamado Bill Larson, que tinha herdado a herança de seus pais – mais ou menos vinte e cindo mil dólares – então ele poderia ter cinco por cento do contrato do Mötley Crüe. Ao invés do Coffman juntar o dinheiro, ele teve que mandar a banda para o sul para fazer uma turnê. Então a banda foi para o Canadá para embarcar em uma miserável, desastrosa viagem com um ajudante que eles nunca tinham ouvido falar ou encontrado antes. Lá tinha bombas, problemas de bordo, esmurradores, jogadores de hóquei viciados, quebradores de ossos (principalmente Coffman), e policiais parados do lado do palco para ter certeza que o público não mataria a banda.

Logo depois, Coffman desapareceu, junto com a Elektra e com o cara Michigan rico. Possivelmente ele voltaria porque a banda começou a fazer muitas perguntas sobre onde o dinheiro tinha ido – dinheiro que ele provavelmente achava que tinha merecido depois de hipotecar sua casa três vezes para pagar todos os aluguéis de carros e quartos de hotel e vai saber Deus o que mais que a banda tinha danificado. No fim das contas, a pessoa que mais se machucou foi Bill Larson, cujo pai morreu de um ataque no coração por causa de estresse. Larson processou, embora ninguém conseguisse achar Coffman para atender a intimação.

A partir do que eu ouvi, a esposa do Coffman tinha se divorciado dele, seus filhos pararam de falar com ele, e ele se tornou cristão de novo.


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