1 de jun. de 2010

Capítulo 5 - Nikki

Capítulo 5

Nikki

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Mais do que um cavalheiro que lutava por comunicação, persuasão, e inspiração artística.

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Eu estava ouvindo-o gabar-se por uma hora. Ele tinha um cabelo vermelho sujo, cortado numa tentativa ridícula de moicano, e um brinco falso em sua orelha – não um piercing de verdade. Como qualquer punk poser, ele estava matando tempo no Whisk A Go-Go naquela noite, observando a vida punk de L.A. David Lee Roth e Robbin Crosby e Stephen Pearcy do Ratt estavam festejando com o Mötley Crüe naquela noite. E o pequeno punk tentou provar que ele era mais rock n’ roll do que qualquer um de nós, que ele era mais forte e independente do que eu, mesmo estando na cara que ele era um riquinho, burro de Orange Country. No fim, eu não estava mais agüentando.

“Você não é a porra de um punk, filho da puta!” eu saltei do sofá, batendo a cabeça dele na mesa, puxando sua orelha, e pressionando a ponta da orelha na madeira com os meus dedos. Daí, com todo mundo olhando, eu enfiei um prego no seu lóbulo da orelha contra a mesa.

“Aaaaaaauuuuuugggghhh!” ele berrou, se contorcendo de dor, grudado na mesa como um cachorro preso na coleira.

“Agora você é um punk!” eu disse pra ele. Nós aumentamos o som e continuamos festejando como se ele não tivesse lá. Quando eu acordei na outra noite, ele tinha ido embora, mas o prego continuava misteriosamente na mesa. Eu tentei evitar imaginar o que ele deve ter feito para escapar.

Eu tinha chegado a um novo lugar na minha vida. Não fazia muito tempo era eu o rebaixado, a vítima, o chorão, sem talento que implorava para os caras mais legais para entrar na banda deles. Eu estava em uma banda. Eu estava gravando meu próprio álbum com as minhas próprias músicas. Nós tínhamos nosso próprio apartamento no meio de tudo que era o único lugar para ir depois de um tempo. E nós andávamos por ai em Cadillacs que o Coffman alugava para a gente. Egoístas, nós chutamos as portas e as destruímos sem pensar no custo.

Quando nós saíamos juntos, quatro machos depravados vestidos como vagabundas, as pessoas se atraiam pela nossa energia. Se nós entrássemos no Troubadour, todo mundo entrava com a gente. Se nós íamos embora, o clube ficava vazio. Parecia que nós estávamos nos tornando os reis de L.A. Parecia que todo garoto queria ser nós e toda garota gostaria de transar com a gente, e tudo o que tínhamos que fazer era simplesmente ter uma banda.


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