19 de jun. de 2010

PARTE 4 - SHOUT AT THE DEVIL - Capítulo 1 - Tom Zutaut

PARTE 4

>>SHOUT AT THE DEVIL<<

Capítulo 1

Tom Zutaut

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Um salário ganho com um emprego na Elektra Records embarcou em uma aventura na qual a descoberta que é feita é um grupo da reputação mais doentia que um empresário pode ter ou a postura mais duvidosa.

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Eu penso que a única razão pela qual eu tive sucesso foi por causa do meu entusiasmo. Eu sempre fui além do que qualquer pessoa estivesse fazendo para conseguir alguma coisa que eu queria. Como quando eu era um DJ na estação de rádio da minha escola do ensino médio em Park Forest, Illinois, eu ouvi sobre uma conferência numa rádio na Loyola University e me inscrevi. Eu estava lá e eu descobri que eu poderia pegar fitas de graça. Nossa estação de rádio da escola esteve funcionando por anos, e jamais imaginaram que eles não tinham que comprar os álbuns deles.

Meu primeiro emprego fora da escola foi em uma sala em que cartas e outros tipos de correspondência são classificadas e preparadas para a entrega na filial de distribuição da Chicago WEA, um emprego que eu só consegui porque eu impressionei alguém na empresa enquanto eu estava no telefone pedindo por fitas grátis do Cars.

Por fim, esse mesmo entusiasmo fez com que eu ganhasse uma promoção para Los Angeles, onde eu trabalhei como assistente no departamento de vendas na Elektra Records, que na época tinha artistas como Jackson Browne, Queen, The Eagles, Linda Ronstadt, e Twennynine com Lenny White.

Eu penso que se eu não tivesse sido empreendedor, eu nunca teria passado por cima nessa quinta-feira à noite na Sunset Boulevard. Era a tardezinha, e eu estava cruzando a Sunset esperando conseguir algo para comer em um Café chamado Bem Frank’s, que sempre estava cheio de jovens roqueiros sendo servidos por uma garçonete de 17 anos que esteve trabalhando lá desde os dias de Lana Thurner de Hollywood, quando eu notei centenas de garotos tentando entrar em um show no Whisky. Eu olhei para o toldo para ver quem estava tocando, e estava escrito “Mötley Crüe esgotado.” Esse mesmo entusiasmo e obsessão que me levou para a convenção na Loyola bateram em mim, me encorajando para passar por cima enquanto meu estômago estava roncando de fome. Na janela da frente de uma loja de fitas na esquina, Licorice Pizza, eu vi uma tela enorme em exposição mostrando um grande quatro com quatro imitadores glam, vestidos de couro, refugiados hermafroditas do New York Dolls. Eu logo percebi que eles tinham lançado um álbum com a sua própria empresa, Leathür. Para uma banda que ainda não tinha nem uma gravação, fazer esse tipo de histeria no Whisky era muito raro. Eu tinha que vê-los.

Eu andei até a porta da frente, tirei meu cartão da Elektra Records, e blefei, dizendo para eles que eu era um A&R da empresa. Eu sempre tentava usar a empresa para assinar as bandas que eu curtia, mas eles nunca me ouviam. Eu preparei para eles “I Love Rock and Roll,” da Joan Jett, que eu achei no lado B de um disco europeu; “Tainted Love,” de Soft Cell; a Human League; e até os Go-Go’s. E eles permitiram todas elas. Eu estava muito envergonhado de esfregar isso na cara deles, enfim. Eu me sentia sortudo por estar trabalhando em uma gravadora em Los Angeles com vinte anos.

Dentro do clube, quinhentos adolescentes – a capacidade do clube – estavam ficando frenéticos por causa dessa banda Mötley Crüe. E eles pareciam legais. Nikki estava tão cheio de energia que parecia que ele parecia que ele estava na rua matando alguém se ele não estivesse tocando baixo. Ele bate nas cordas tão forte que continua rachando a pele de seus dedos. Assistindo ele estrangular essa coisa, com sangue voando de seus dedos, as cordas pareciam navalhas.

Vince era o vocalista mais bonito e mais carismático que eu já tinha visto: as pernas das mulheres ficavam abertas enquanto ele cantava. Ele era exatamente o oposto do guitarrista: olhar para ele era como ver Satã reencarnado, embora ele se mostrasse o mais agradável do grupo (quando ele não estava bêbado). Tommy parecia um garoto super excitado, mas ao mesmo tempo parecia o único naturalmente nascido músico na banda. Ele era baterista de alta qualidade, um ótimo showman, e constantemente em movimento. Ele parecia o elemento que uniu tudo.

Depois do show, eu encontrei o gerente deles e disse para ele que eu queria levar a banda para um encontro com a Elektra. Para minha surpresa, ele me ignorou completamente. Ele me disse pra falar para a Greenworld, um pequeno local que estava distribuindo o álbum deles. Por coincidência, tinha uma exposição de música na cidade e Greenworld tinha uma barraca lá. Eu falei com um cara chamado Allan Niven, que me colocou em contato com o gerente esquisito da banda, um contratante de edifícios super sério chamado Allan Coffman.


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