21 de jun. de 2010

(continuação) Capítulo 1 - Tom Zutaut

Antes de eu ficar seriamente com o Mötley Crüe, eu queria ter certeza se eu não estava passando dos limites na Elektra. Eu perguntei no A&R Departament se eu poderia assinar a banda, e eles riram na minha cara. Mas eu fui persistente. Eu coloquei uma pasta com todas as cartas do A&R Departament rejeitando todas as bandas que eu tinha trazido para eles que continuaram a ter hits em outras gravadoras. Ao urgir de meu chefe no departamento de vendas, eu apresentei as cartas para Joe Smith, o presidente da Elektra, que, para minha surpresa, se mostrou a altura das circunstâncias. “Ok, vá em frente cara,” ele disse para mim. “Você pensa que pode fazer isso? Tudo bem. Então vamos assinar essa banda e ver o quão bom você realmente é.”

Eu era o alvo de riso de Hollywood por contratar esses caras. A música que era popular na época era New Wave Britânico – Haircut 100, A Flock of Seagulls, Dexy’s Midnight Runners. Garotos atualizados curtiam Elvis Costello, The Clash, e outras bandas indo atrás do fim do movimento punk. Todos continuaram rindo de mim por tentar assinar uma banda de metal. Eles vinham até mim no trabalho e diziam, “O que você está pensando? Isso não irá tocar na rádio. Você não pode reinventar Kiss.” Mas eu acreditava na Mötley Crüe. Você não precisa de ouvidos para ser um bom explorador; você precisa de olhos.

Então, na minha minúscula conta de departamento de vendas, eu comecei a entreter e recepcionar o Crüe, que eu penso que só apareceu pela comida grátis. Durante cada refeição, Tommy se mexia loucamente – como no palco, ele não conseguia ficar quieto; Mick se tornava mais demoníaco a cada drink, até ele começar alucinar e ver Purple People Eater; e Vince normalmente metia na garçonete no banheiro. Nikki era o único que se encontrava sério: ele tinha traçado cada passo do futuro da banda em sua cabeça. Ele sabia que a galera estava cansada de new wave, que eles estavam furiosos pelo punk ter se acabado, e que eles estavam extremamente chateados com Fleetwood Mac e Foreigner e Light FM Pop. Ele queria expandir esses quinhentos garotos no Whisky em uma revolução do Rock n’ Roll que o Mötley Crüe estava iniciando. E ele fez isso. Mas não sem dificuldades.

Quando nós estávamos finalmente prontos para fazer um acordo, a Virgin Records apareceu com dinheiro para gastar. Eles se encontraram com a banda e levaram uma pasta cheia com dez mil dólares em dinheiro para enfiar na cara deles. Virgins naquela época não tinha uma gravadora ou uma distribuidora na América. Eles operavam na Inglaterra e eles usavam isso para tentar seduzir o Mötley Crüe, falando pra eles que eles podiam ser como os Beatles, os Rolling Stones, e Led Zeppelin e pararem a América por conseguir ser conhecidos na Inglaterra primeiro. Eu acho que isso foi um desejo e tanto para a banda – isso e o afrodisíaco dez mil dólares em dinheiro antecipado do acordo de mil dólares.

No fim, mesmo a Virgin oferecendo mais ou menos vinte e cindo mil dólares a mais do que a gente, a banda decidiu que seria mais inteligente para uma banda de rock de Los Angeles fazer um contrato com uma gravadora de rock de Los Angeles (nenhum de nós sabia que a Elektra logo seria transferida para Manhattan). Depois de nós termos criticado nossos pontos finais e aceitarmos fazer o acordo, Coffman, a banda, algumas pessoas da equipe da Elektra e eu celebramos na Casa Cugat, um restaurante mexicano comprado pelo rei rumba Xavier Cugat. Mötley Crüe não precisou de muito para começar uma festa depois disso, então as coisas foram totalmente rápidas.

A coisa estranha, embora, era que eu esperava loucas palhaçadas da banda, não do seu irritado gerente. De qualquer forma, ele ficou tão bêbado que ele começou a falar vietnamita como se ele fosse um soldado do Vietnã. Ele se convenceu que lá tinha vietcongues escondidos atrás das mesas e depósitos de munições na cozinha. Ele engoliu outra dose, daí correu para o banheiro.

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