26 de jun. de 2010

(continuação 2) Capítulo 1 - Tom Zutaut

Quando ele não apareceu após vários minutos, Mick me pediu para ir ver o que tinha acontecido. Eu sempre pensei sobre o Coffman como se ele fosse de acordo com as regras que servia como uma babá para essa banda louca, então eu fiquei em choque quando eu o encontrei arrancando um telefone público da parede do banheiro. Eu o peguei e mandei alguém da imprensa da Elektra ficar de olho na banda e botar ordem enquanto eu levava Coffman para casa no meu carro batido.

Enquanto estávamos indo para o norte na La Cienega, ele continuou tentando arrancar a maçaneta da porta do carro. Apenas quando nós chegamos ao centro da Santa Monica Boulevard, ele abriu a porta e rolou do carro para o meio do cruzamento. Eu olhei para trás e o vi entre as faixas de trânsito, arrastando sua barriga como um soldado em um rifle. Carros passavam por ele, buzinando e berrando, e pareceu que alguns segundos antes alguém poderia esmagá-lo. Eu parei o carro, corri, e o peguei. Ele começou se girar para mim e me amaldiçoar como se eu fosse um soldado vietnamita do norte tentando capturá-lo como um prisioneiro da guerra. Eu pensei que ele poderia me matar, mas através de um surto de adrenalina eu consegui levar ele de volta pro carro e para o seu quarto de hotel.

Na hora que eu voltei pro restaurante, a festa se mudou para outro lugar. Uma semana depois os nomes no contrato foram finalmente assinados, e a banda insistiu em fazer a gravadora pagar por outra festa. Então eu juntei nossa companhia de carros e levei a banda para Benihana na La Cienega. Isso começou com uma janta gentil, com o chefe de cozinha mostrando seus truques com sua faca. A banda comeu um pouco e bebeu muito. Vince, claro, estava bebendo o mais forte. Eu percebi que seu copo de margarita estava quebrado, então ele pediu outro. Quando eu olhei pra ele de novo, o novo copo estava quebrado e ele estava insistindo para substituírem. A garçonete perplexa trouxe pra ele de novo outro drink, examinando o copo cuidadosamente para ter certeza que não havia lascas ou cacos. Logo depois que ela saiu de perto, Vince colocou o copo na sua boca e o mordeu, despedaçando a beirada do copo. “Esse cara é maluco,” eu pensei. “Ele pode cortar sua língua ou rasgar sua boca em pedaços.”

Vince levantou, fez um sinal pra garçonete, e a acusou de ter dado um copo quebrado pra ele de propósito. Ela jurou que o estava tudo certo com o copo quando ela deu isso a ele. Daí ela se virou para mim para dar uma satisfação. Eu não queria meter ela ou o Vince em problemas: “Talvez a máquina de lavar louça esteja quebrada,” eu me expressei fracamente.

Então ela trouxe outra margarita pra ele e voltou para balcão com o gerente espionando Vince. Sem saber que ela estava observando, Vince afundou seus dentes do copo de novo. Instantaneamente, o gerente veio e tentou nos tirar do restaurante enquanto a garçonete ligava para a polícia. Eu rapidamente fechei a conta e terminei com a festa.

Várias noites eram como essa com a banda: ou alguma coisa estava pronta pra ser quebrada ou alguém iria desmaiar. Nada era fácil com eles. O diretor da A&R na Elektra, Kenny Buttice, estava furioso que eu tinha passado por cima dele e ido pedir permissão do Joe Smith para contratar a banda. Então ele fez tudo o que ele pode para dificultar minha vida. Nós estávamos relançando o álbum Too Fast for Love que eles tinham lançado, mas Buttice convenceu a empresa que a qualidade não estava boa para o modelo padrão de uma rádio e o único jeito que conseguir isso era remixando.

Eu era contra isso e a banda estava nervosa, mas se remixássemos o álbum faria a banda ser uma prioridade na Elektra, nós estaríamos dispostos a tocar adiante. Quando eles escolheram Roy Thomas Baker para revisar a gravação, eu praticamente molhei minhas calças. Aqui eu estava, com vinte anos, encontrando o excêntrico rebelde Britânico que tinha produzido Queen, Foreigner, os Cras, Journey, e todas essas outras gravações do caralho. E durante seu último minuto mixando, escalando, e produzindo uns truques longe do charme do álbum original do Mötley, eu aprendi muito observando ele trabalhar e ouvindo suas histórias. Depois de a banda ter passado o dia no estúdio, ele normalmente os convidava para ir a sua casa, onde eles ficavam cheirando cocaína do seu piano Plexiglas enquanto ele contava a eles sobre a época que Freddie Mercury compôs “Bohemian Rhapsody” naquele piano enquanto ele recebia um boquete.

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