17 de jun. de 2010

(continuação 5) Capítulo 5 - Nikki

Uma noite, Lita, Vince, Beth, e eu estávamos saindo do Rainbow quando um ciclista começou a puxar as garotas e perguntar a elas se elas queriam transar. Os ciclistas declararam guerra com os roqueiros depois disso. Nós o observamos por um minuto, daí fomos até ele. Nós estávamos de bom humor, então nós não batemos nele. Nós pedimos para ele parar. Ele nos olhou e nos mandou irmos nos foder.

Eu estava usando uma corrente em volta da minha cintura, amarrada com um pedaço de couro e uma fivela. Eu arranquei a corrente da minha cintura e comecei a balançar no ar, tentando acertar cabeças. De repente, mais duas pessoas entraram na briga. Um deles, uma besta cabeluda, me agrediu como um touro, me deixou sem condições e me tacou para os arbustos. Eu tentei pegar minha corrente no chão, e ele agarrou minha mão com sua luva de couro, socou na sua boca, e mordeu até o osso. Eu gritei e, num surto de adrenalina, peguei a corrente e comecei chicoteá-lo no rosto com ela.

De repente, ele me puxou, pegou uma arma e disse, “Você está detido, filho da puta.” Naquela confusão, eu não tinha percebido que as duas pessoas que entraram na briga eram dois policiais secretos. Eles me bateram sete vezes no rosto com seus cassetetes, quebrando um dos ossos da minha bochecha e deixando meu olho roxo. Depois eles me algemaram e me enfiaram no seu carro. Do banco de trás, eu vi Vince sair correndo como um frango glam, provavelmente porque ele tinha acabado de ser preso no Troubadour por bater em uma menina que não gostava da roupa U.S. Marines que ele estava vestindo.

“Punk canalha,” o grande policial berrou pra mim. “Bater em um policial. Que merda você pensa que está fazendo?”

O carro freou em um beco. Ele pegou meus dois cotovelos com uma mão e me tirou do carro, e me jogou no chão. Daí ele e o seu parceiro começaram a chutar meu estômago e meu rosto. Quando eu me curvei sob meu estômago para tentar me proteger dos golpes, eles me rolaram de lado para poderem me chutar onde machucasse mais.

Eu fui para a cadeia naquela noite com a maquiagem toda borrada, unhas lixadas, e sangue. Eles me acusaram de agressão com arma em um policial. Eu passei duas noites lá com os policiais me ameaçando de ficar preso cinco anos sem liberdade condicional. (O policial, de qualquer forma, acabou fazendo uma acusação rápida por causa de um escândalo que dúzias de pessoas acusaram os policiais de assediá-los e bater neles na Sunset Strip).

Lita penhorou seu valioso Firebird Trns Am por milhares de dólares para pagar minha fiança. Nós andamos três quilômetros da cadeia voltando para a casa do Mötley para encontrar a banda em tempo para um show no Whisky naquela noite. Depois disso, acompanhado pelo som da namorada do Tommy, Bullwinkle esmagando todas as coisas de valor da casa, eu peguei um papel de anotações com linhas amarelas e descontei minha raiva:


A starspangled fight

Heard a steel-belted scream

Sinners in delight

Another sidewalk’s bloody dream

I heard the sirens whine

My blood turned to freeze

See the red in my eyes

Finished with you, you’ll make my disease.


Não, essa última linha não estava certa. Assim que eu risquei isso, a porta se soltou da dobradiça, e Tommy caiu no chão, sua cabeça abriu e Bullwinkle subiu em cima dele como um alce raivoso.

“Seu sangue está vindo em minha direção,” eu rabisquei debaixo da linha.

Melhor, mas não perfeito.

Na outra manhã, um advogado veio com um aviso de expulsão. Nós estávamos na casa por nove meses, bebendo, brigando, fodendo, ensaiando, e festejando constantemente e nós estávamos todos doentes e cansados. Nós precisávamos nos proteger um pouco. Então eu me mudei com Lita para Coldwater Canyon no norte de Hollywood. Vince se mudou para o apartamento de Beth. E Tommy se mudou com a Bullwinkle. Eu não sabia onde Mick estava: talvez nós o deixamos pendurado em algum dos nossos closets. Nós nunca nos preocupamos em checar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário