3 de jul. de 2010

(continuação 4) Capítulo 1 - Tom Zutaut

Quando a Elektra lançou o Too Fast for Love, foi um desastre. A prioridade para a empresa era uma banda australiana chamada Cold Chisel, e todo mundo no departamento de promoção estava atentado em fazê-los a próxima grande coisa. Aconteceu de eu ouvir uma conferência por telefone, quando eu ouvi “Escuta, eu tenho uma estação em Denver e outra em Colorado Springs que acabaram de acrescentar Mötley Crüe. Eles não estão interessados na Cold Chisel, mas nós continuaremos trabalhando neles.”

“Eu não dou uma merda pelo Mötley Crüe,” o departamento da rádio berrou de volta. “Eles não são uma prioridade. Eu não quero adicioná-los. Fale pra essas estações que se elas querem acrescentar o Mötley Crüe, eles que vão se foderem.”

Quando eu ouvi isso, eu tive um ataque de raiva. Era ruim o suficiente que a empresa não estava ajudando o Mötley Crüe, mas eles estavam tentando prejudicá-los. Então eu explodi com Joe Smith. Por causa desse incidente e vários outros semelhantes, o chefe foi substituído. Mais ou menos na mesma hora, Tom Werman veio para a empresa como o novo chefe da A&R. Werman tinha produzido o primeiro álbum do Ted Nugent e algumas das melhores músicas do Chip Trick, e ele estava louco pelo Mötley Crüe que ele insistiu em produzir nossa próxima gravação. Ele e Nikki estavam em grande sintonia: Nikki queria uma imagem de bad-boy, mas ao mesmo tempo tinha senso popular e queria que sua música atingisse o objetivo final, que era o que Werman tentava fazer com as bandas que ele produzia. Apesar dos melhores esforços do departamento de promoção para sabotar por alguma razão misteriosa, Too Fast for Love acabou vendendo mais de cem mil cópias, através da palavra da boca de todos. Eu não sabia o que fazer porque a banda tinha um acordo com uma gravadora importante, tinha vendido uma quantidade respeitável de álbuns, podia vender tudo nos clubes de L.A., estavam sendo falados na indústria, e estavam começando a escrever seu segundo álbum, mas eles não tinham um gerente e estavam todos quebrados e famintos. Eu tentei cuidar deles o máximo que eu pude.

Quando eu tinha dezesseis anos, Lita Ford era a garota que eu sonhava: uma gata roqueira. Tinha pôsteres dos Runaways pelo quarto todo na casa dos meus pais. Agora, cinco anos depois, eu assinei com o Mötley Crüe, e Nikki Sixx estava morando com uma dos Runaways. E não apenas eu estava saindo com eles, como também dando dinheiro e comida para eles. Eu passava pela casa do Nikki e da Lita quando eu podia levar para eles sorvete Häagen-Dazs ou um sanduíche da Subway. As pessoas falavam que eles brigavam como cães e gatos, mas eles eram sempre legais para estar junto. O tempo se passava, de qualquer forma, a casa continuava a ficar horripilante. Eu fui fazer uma visita e vi o The Necronomicon, um livro preto de magia negra, na mesa. Nikki estava pegando pesado em coisas satânicas e queria chamar o disco Shout with the Devil. Isso era constrangedor para a empresa, e era constrangedor para mim. Eu sabia que o departamento de promoção poderia usar o titulo como uma desculpa para ignorar completamente o álbum.

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