4 de jul. de 2010

(continuação 5) Capítulo 1 - Tom Zutaut

Eu fui a casa deles uma noite para discutir com o Nikki sobre mudar o titulo. Quando eu entrei, ele e Lita estavam grudados no sofá. “Eu estou um pouco assustada,” Lita disse. “Coisas estranhas estão acontecendo no apartamento.”

“O que você quer dizer?” eu perguntei, olhando em volta para o as recentes pinturas de pentagramas e umas pinturas góticas que o Nikki tinha feito nas paredes e no chão.

“Coisas estranhas apenas acontecem,” ela disse. “As portas dos armários ficam abrindo e fechando, tem uns barulhos estranhos, e coisas ficam voando pelo apartamento sem razão.”

“Escuta, Nikki,” eu disse. “Você tem que parar de zoar com esse livro de magia negra de merda. São coisas poderosas, e se você não souber o que está fazendo, não brinque com isso.”

Mas Nikki não ligava pra isso. “Não é nada,” ele disse. “Apenas parece ser legal. Esses símbolos insignificantes e merdas. Eu estou fazendo isso apenas para fazer as pessoas se irritarem. Não é como se eu estiver venerando Satan ou algo assim.”

Eu sabia que eu não podia mudar sua cabeça, então eu fui embora. Quando eu voltei duas noites depois, tinha garfos e facas enfiados na parede e no teto, e Nikki e Lita pareciam mais pálidos e doentios do que o normal.

“Que merda que vocês estão fazendo?” eu perguntei.

“Nós não estamos fazendo nada, cara,” Lita disse. “Eu tentei dizer para você: coisas estão voando por aqui sozinhas.”

Após ela falar isso, eu juro por Deus, eu vi aquilo com os meus próprios olhos, uma faca e um garfo saíram da mesa e cravaram no teto exatamente acima de onde eu estava sentado. Eu olhei para o Nikki e me assustei. “Não existe mais ‘Shout with the Devil. ’ Se você quiser continuar mexendo com o diabo, você será morto.”

Você pode acreditar no que você quer, mas eu realmente acreditava que Nikki estava sem saber recorrendo a algo satânico, alguma coisa mais perigosa do que ele pudesse controlar que estava à beira de machucá-lo seriamente. Nikki deve ter percebido a mesma coisa, porque ele decidiu mudar o nome do álbum para Shout at the Devil. Desde aquele dia, aquele incidente permanece como um das coisas mais bizarras que eu já vi na minha vida.

Felizmente, logo eu conheci um agente reservado chamado Doug Thalet, e ele conhecia um cara, Doc McGhee, que tinha muito dinheiro e queria começar uma empresa de gerenciamento. Doc era um carinha charmoso que sabia como dizer as coisas certas. “Nós iremos fazer Mötley Crüe ser a maior banda de rock n’ roll do mundo,” ele disse. “E qualquer quantia que a Elektra não der para fazer isso acontecer, eu darei.”

Tudo parecia perfeito: Mötley Cüe tinha dinheiro, eles tinham um cara chamado Barry Levine ajudando-os com a sua imagem, e eles se tornaram a prioridade da empresa. Graças a manipulação máxima do Doc, grande imaginação, e presentes por debaixo da mesa, Nikki estava finalmente à beira de mudar sua rebelião do Whisky para os estádios. Mas, claro, nada acontecia para esses garotos sem esforço.

Eu acordei umas semanas depois para saber que Joe Smith tinha sido despejado e um cara chamado Bob Krasnow estava administrando a empresa. Ele despediu Tom Werman e o substituiu com Roy Thomas Baker, o que era legal porque agora tinha mais razões para ir às festas RTB e Werman continuava querendo produzir a gravação. Mas enquanto estávamos ficando prontos para gravar, Krasnow voou para Los Angeles e chamou Werman e eu para um encontro.

“Rock n’ Roll não está rolando,” ele nos disse. “Eu decidi que eu não quero nenhuma banda de rock na empresa. Eu não irei aceitar Ozzy Osbourne se vocês não me derem ele de graça em um prato de prata.”

“Por que você quer que caia um grupo que está vendendo um monte de discos? Isso não faz sentido nenhum, Bob!”

“Está é a Elektra Records, Tom,” ele disse. “Nós temos uma tradição de bem, talentos como Linda Ronstadt, the Doos, e Jackson Browne. Eu não estou na área do circo. E eu não estou dando a eles um centavo.”

“Seus gerentes estão dispostos de tomar contar de parte da promoção e dos custos das turnês.”

“Escuta,” ele disse. “O grupo é terrível. Eu vi o vídeo deles e isso é embaraçoso. Eu tenho que tirar isso da MTV.”

“O que?! Nós conseguimos uma turnê com o Kiss. Você não pode fazer isso.”

“Eu fiquei sabendo disso, e cancelei as datas.”

Eu liguei para Doug Thaler e Doc McGhee para se encontrarem com Krasnow, e ele disse a eles a mesma coisa. Eles responderam perguntando a ele o que ele precisava para liberarem Mötley Crüe do seu contrato com a Elektra.

“Eu irei dizer o que,” Krasnow cedeu. “Você fará o melhor disco que você pode fazer. Não se preocupe com o dinheiro, mas mantenha o orçamento razoável. Eu não irei te prometer que eu irei lançá-los, mas eu irei prometer a você que eu irei deixar isso mais fácil para você chegar a algum lugar.”

Se eles deixassem que isso caísse e perdesse o ímpeto eles teriam que fazer alguma coisa, esse provavelmente seria o fim do Mötley Cüe. Mas felizmente algo aconteceu para mudar a cabeça de Bob. E essa coisa foi o US Festival. Menos de um ano mais tarde, Krasnow estava com uma bandana do Mötley Crüe no Madison Square Garden, apresentando a banda com prêmios de ouro e platina para a venda dos álbuns.

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