3 de ago. de 2010

(continuação 5) Capítulo 4 - Nikki

Depois de Florida, Sharon se uniu à turnê para recuperar a ordem. De repente, Ozzy se tornou um ótimo marido. Ele comia seus vegetais, segurava a mão dela, e ia para a cama rapidamente depois de cada show, sem drogas no seu nariz ou urina na sua boca. Mas não era o suficiente Ozzy se comportar. Sharon queria que nós nos comportássemos.

Quando ela entrou no camarim encontrou uma garota de quatro, e nós quatro com nossas calças nos tornozelos e um sorrisinho forçado de criança nos nossos rostos, ela formulou a lei. Ela não nos deixava ficarmos drogados, convidar garotas para o backstage, ou nos divertimos de qualquer maneira que não envolvesse um jogo de tabuleiro. Para ter certeza que suas regras estavam sendo seguidas, ela tirava o álcool do nosso motorista e se nomeou como única responsável e distribuidora de passes para o backstage. Nós ficamos super frustrados que nós tínhamos a empresa de merchandising viajando com a gente para fazer nossas camisetas. Na frente tinha um rosto sorrindo cheio de buracos sangrentos de bala. Atrás tinha um círculo com uma coluna na vertical escrito “sexo, diversão, bebida, festas, carros veloses, bucetas, heroína, motos.” Uma grande linha vermelha estava desenhada pelo círculo, e abaixo disso tinha escrito “No Fun Tour: ‘83-‘84.” Nós demos as camisetas para todo mundo, incluindo Ozzy.

Finalmente, eu fui reduzido a me engatinhar para Sharon em minhas mãos e joelhos e implorar, “Eu realmente preciso transar. Eu estou ficando louco.”

“Não, você não pode Nikki,” ela afirmou. “Você vai pegar uma doença.”

“Eu não ligo para doenças,” eu chorei. “Eu vou tentar. Eu só preciso transar.”

“Ok,” ela cedeu. “Apenas dessa vez.”

“Obrigada, mãe.”

Ela me levou pela mão até a lateral do palco e disse, “Então, qual delas você quer,” como se eu fosse uma criancinha escolhendo doces.

“Eu quero aquela de vermelho, por favor.”

Naquela mesma noite, Carmine Appice deixou a turnê. Ele tinha tocado com Vanilla Fudge, Cactus, e Rod Steward, e era de certa forma uma estrela dentro de seus próprios direitos, então ele pensava que ele devia vender suas próprias camisetas. Com magnanimidade fora do comum, Sharon deu permissão a ele. Mas quando fãs compravam as camisetas para Carmine assinar, todos eles tinham um enorme buraco sobre o peito: Sharon e Ozzy tinham cortado o rosto de Carmine das suas camisetas. Eles entraram em uma grande briga, qual acabou com Carmine saindo e Tommy Aldridge voltando para a banda para substituir ele na bateria.

Quando Sharon deixou a turnê, Ozzy ficou em total decadência. Em Nashville, ele cagou no banheiro do Tommy e esfregou a merda pelas paredes. Em Memphis. Ele e Vince roubaram um carro com as chaves ainda penduradas na ignição, aterrorizaram pedestres na Beale Street, e depois, destruíram ele, despedaçando a janela e destruindo o estofamento. Dias depois, aconteceu de chegarmos a New Orleans na segunda noite do Mardi Gras. A cidade estava em chamas. Tommy, Jake E., e eu entramos em uma briga de facas num bar na Bourbon Street enquanto Vince e Ozzy iam para os clubes de strip. Quando todos nós voltamos para o hotel, bêbados e cobertos de sangue, Mamãe esperava por nós: Sharon tinha voado para a cidade, e ela nos proibiu de sair com o Ozzy de novo.

Algumas vezes, quando Sharon tinha ia embora, Ozzy chorava como uma criança perdida sem sua mãe. Na Itália, ele comprou uma boneca inflável, desenhou um bigode de Hitler nela, e a deixou no quarto de trás do nosso ônibus. No caminho para Milão, ele ficava falando com ela, como se ela fosse seu único amigo. Ele disse para a boneca que lá tinha algum tipo de conspiração, e todo mundo se virou para ele e estava conspirando matar ele. Quando ele foi para o palco naquela noite, ele estava usando botas Gestapo, calcinha, um sutiã, e uma peruca loira. Primeiramente ele parecia estar tendo bons momentos, mas depois de algumas músicas, ele desabafou e começou a chorar. “Eu não sou um animal,” ele soluçou no microfone. “Eu não sou um monstro.” Daí ele se desculpou para o público e saiu do palco.

Naquela noite no quarto de hotel que Mick e eu compartilhamos, ele perguntou se ele podia usar o telefone. Ele pegou e disse, “Inglaterra, por favor.”

Eu arranquei o receptor das suas mãos e desliguei. “Cara, você não pode ligar para a Inglaterra. Eu não tenho esse tanto de dinheiro.”

Então ele ligou a cobrar. Sharon aceitou. “Eu só estou ligando para dizer para você que eu quero um divórcio,” Ozzy disse, com bom senso e seriamente como ele podia.

“Cala a boca e vá dormir,” ela berrou de volta, e desligou na cara dele.

Por alguma razão, nosso gerente da turnê teve a brilhante idéia de colocar ofensivamente eu e Mick Mars juntos em um quarto: nós éramos como The Odd Couple. Eu ficava frustrado escrevendo uma música e tacava minha guitarra no corredor, onde eu a esmagava toda noite. Daí eu voltava para o quarto, arrastando minha guitarra quebrada do meu lado e perguntava para Mick, “Digo, posso pegar sua guitarra emprestada?” Nós regularmente brigávamos, normalmente porque eu estava me divertindo ou trazendo garotas para o quarto. Depois de eu ter arrancado uma parte do seu cabelo por ele não me emprestar sua guitarra, eu finalmente ganhei meu próprio quarto. Eu não ajudava Mick a ter um pouco de paz e silêncio, embora, porque um pouco depois, uma cliente do hotel ligou para a polícia depois de ela ter visto Tommy correndo pelo corredor, e os tiras acidentalmente e prendeu Mick no lugar dele.

Nós excursionamos com o Ozzy de vez em quando durante um ano, tirando um tempo para fazer shows solos ou shows com Saxon. Enquanto isso, nós ganhamos nosso primeiro disco de ouro e platina, nos ouvimos na rádio pela primeira vez, e começamos ser reconhecidos nas ruas fora de Los Angeles. Estava tudo acontecendo rapidamente e, de resultado, todos nossos relacionamentos começaram a estragar. No dia que a turnê acabou, o ônibus me deixou na frente de onde eu e Lita morávamos. Eu fiquei parado do lado de fora durante dez minutos com minha mala na mão, sem saber se eu entrava ou não. Quando eu entrei, eu a abracei e não disse uma palavra. Eu apenas fiquei parado lá. Eu não tinha certeza se eu devia fazer aquilo. Alguma coisa tinha se desligado de mim durante a turnê, e eu não tinha idéia de como fazer isso voltar.

Quando Lita foi fazer a turnê dela uns dias depois, eu fiquei aliviado. Eu não estava em condições de manter um relacionamento com ela, especialmente com nós dois viajando sempre, e eu não tinha idéia de como interagir com uma mulher que eu não respeitava mais. Quando ela voltou, eu já tinha tratado de me mudar do outro lado da rua e morar com Robin Crosby. No dia que eu me mudei com ele, a vida voltou a ser total destruição e depravação. Ele tinha apenas uma cama, e era gentil o suficiente para me deixar dormir nela enquanto ele se espatifava no chão. Ao invés de um refrigerador , ele tinha um Styrofoam cheio de gelo. Tinha um buraco no fundo, e a água constantemente vazava pelo chão da cozinha. O síndico do apartamento me odiava e me avisava todo dia que se ele me pegasse dando festas barulhentas ou bebendo na piscina ou me comportando mal ele expulsaria meu rabo tatuado de lá.

Embora eu não conseguisse arcar com um novo Styrofoam ou um refrigerador de verdade para a casa, eu não tinha problema em comprar um Corvette novinho. O dia que eu sai dirigindo ele do estacionamento, eu fui para a Reseda Country Club e peguei uma garota. Nós saímos do estacionamento, e eu a coloquei no capo, abri suas pernas no ar, e comecei a foder ela. Lentamente, uma multidão se juntava, e a única coisa que eu me lembro deles falando era: “Yeah, cara! Carro legal!”

Para esquecer a Lita, eu me enfiava no meio das pernas de outras mulheres.

Uma pequena garota da faculdade que era atrativa mesmo estando fora da moda e usando óculos mudou para o outro lado do prédio umas semanas depois de eu começar a morar com o Robin. Então uma noite, em vez de sair com o Robin, eu passei pela casa dela com uma garrafa de champanhe, um pacotinho de cocaína, e um pacote de tranqüilizantes. Nós nos divertimos a noite inteira e, como planejado, acabamos transando. Quando eu estava voltando para o meu apartamento às sete horas da manhã, o síndico estava lá fora regando as flores. Tentando absorver, eu acenei e sorri para ele, o mais inocente que eu podia. Ele se virou, olhou para mim, e deixou a mangueira cair. Ele congelou. Eu não conseguia entender qual era o problema dele. Eu entrei no apartamento e acidentalmente esbarrei no Robbin. “Cara, o que aconteceu com você?” ele exclamou logo que seus olhos se acostumaram com a luz.

“Eu estava fodendo aquela garota nerd. Qual é o problema?” eu perguntei.

“Não, cara, vá se olhar no espelho,” ele disse.

Eu fui até o espelho, cujo tinha um enorme quebrado no vidro que provavelmente alguém tinha esmagado no saguão do prédio em uma noite bêbado, e olhei para mim. Meu rosto inteiro estava coberto de sangue, do meu queixo até o meu nariz. Evidentemente, ela estava menstruada quando eu fui chupar ela, e eu estava drogado demais para ter percebido. Pelo jeito, deve ter sido a primeira vez dela.

Depois de umas semanas fodendo tudo o que eu podia, eu ouvi que um punkzinho tinha apresentado para Lita seu novo namorado, um garoto chamado Don de uma banda chamada Heaven. Claro, eu não a queria mais, mas isso não significada que alguém tinha a permissão de tê-la. Furioso com um ciúmes sem lógica e hipócrita. Eu liguei pro Tommy. A gente se encontrou na minha casa, cada um com uma tábua dois por quatro, e fomos à casa da Lita para avaliar a situação. Nós abrimos a porta e ficamos parados no meio do cômodo com as nossas armas. A única pessoa na casa era o punkzinho, que se agachou no canto enquanto nós o apressamos, batendo nele cruelmente na cabeça e no peito, até finalmente quebrar as tábuas na sua cabeça. Nós o deixamos no canto, com sangue esguichado pela parede.

Algumas horas depois, o telefone tocou em casa. “Vai se foder!” Era Lita. “Você é um imbecil.”

Eu expliquei meu lado da história, e ela me cortou com algumas palavras bem ditas que ainda soam no meu ouvido desde aquele dia: “O punk que você bateu não me apresentou para o Don!”

Eu me senti mal por ter envolvido Tommy, porque na noite anterior eu tinha transado com a sua namorada, Honey. Ela me ligou para falar que ela tinha drogas. Eu fui lá para partilhar, e uma coisa levou a outra, que me levou a ficar pelado no banheiro olhando para algum tipo de pomada para por nos arranhados em minhas costas. Essa era outra coisa que deveria manter fora da minha cabeça durante a festa de noivado deles. Ele era meu melhor amigo, e provavelmente deve ter entendido. Mas eu nunca fui falar com ele sobre isso.

2 comentários:

  1. Eu amo esse cara... Brigado pela tradução, Naah, é uma diversão constante ler as confissões deles. Ótimo trabalho!

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