10 de ago. de 2010

Capítulo 5 - Tommy

Capítulo 5

Tommy

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Uma showgirl da região sudeste aprende que uma mente ciumenta leva a uma exorbitante conta no dentista.

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Alguém me disse que lá teria atrizes se divertindo naquela festa em Hollywood. Então você sabe que eu estava lá. Foi assim que eu conheci a Honey. A primeira coisa que eu notei – a primeira coisa que eu sempre noto – foi que ela tinha tetas enormes. Ela tinha um corpo incrível com as curvas de uma modelo de lingerie – qual, claro, ela era. E ela tinha um rosto bonito, mas isso não era exatamente agradável e delicado – era coberto não com cicatrizes físicas, mas com emocionais. Eu fui ao banheiro com ela para cheirar um pouco de cocaína, e a próxima coisa que eu soube é que eu estava saindo do banheiro dela na outra manhã.

Esse deveria ter sido o fim daquilo. Mas, cara, eu sempre faço besteira: eu sou muito aberto, muito fácil de levar, sempre pronto para me apaixonar toda hora. Eu fiquei obcecado pela Bullwinkle porque ela podia gozar como um cavalo de corrida, e eu me lancei para Honey porque ela era uma modelo de lingerie e eu era tão chato que como uma modelo de verdade poderia vir falar comigo. Mas eu nunca dei um passo para trás para perceber como elas realmente eram: loucas pra caralho, cara.

Como Bullwinkle, Honey era extremamente ciumenta. Uma noite no Troubadour, uma garota andava atrás de mim e beliscou minha bunda. Sem parar pra perguntar, Honey se virou e enfiou o cigarro dela na porra do olho da garota. Então Honey a pegou de lado, torceu o braço dela para as costas, e o quebrou. “Vamos ver se você o belisca agora”, ela cuspiu e saiu andando. Eu vi a garota no Rainbow cerca de duas semanas depois. Ela estava tão assustada que nem disse oi.

Então, o que eu poderia fazer depois dessa, cara? Eu me mudei com Honey. Nós encontramos um condomínio na Gower Street em Hollywood. O dia que eu trouxe meu primeiro disco de ouro e platina do Shout at the Devil, ela ficou com ciúmes da foto de alguma garota que ela encontrou e arremessou um prato em mim, que acertou a caixa que o disco de ouro estava e o quebrou.

Eu nunca senti ciúmes como ela. Numa das festas do RTB, nós estávamos todos sentados em volta da Jacuzzi. Ela começou a me chupar, então eu disse pra ela chupar o pinto do RTB. Eu pensei que era um bom negócio: fazer um favor para o produtor. Claro, eu estava tão fodido que eu nem lembrei que ele não tinha interesse numa merda como aquela. Ele nunca pareceu se importar com garotas ou drogas em suas festas. A única vez que eu fiquei irritado foi durante a turnê do Ozzy. Nós estávamos no Buffalo, e eu estava eufórico porque tinha visto neve pela primeira vez na minha vida. No backstage, um fã veio e me disse, “Hey, cara, sua esposa tem uma boceta gostosa. Você é um cara de sorte.”

“O que você disse?”

“Eu disse que sua esposa tem uma boceta da hora.”

Eu não sabia de que porra que ele estava falando, mas isso parecia ser um insulto direto. Então eu balancei e dei um soco do lado da sua cabeça. Ele caiu no chão inconsciente. Aquilo foi bom, um golpe sólido, e eu estava orgulhoso daquilo. Nós esperamos no ônibus da turnê enquanto nosso empresário, Doug Thaler, conversou com o garoto e tentou convencê-lo de não dar queixa na polícia.

“O isso tudo significa?” eu perguntei pro Doug quando ele subiu para o ônibus. Eu fiquei sabendo que Honey tinha vendido fotos nossa transando para uma revista chamada Celebrity Sex, e não me disse sobre isso.

Nós descemos perto da 7-Eleven e pegamos uma edição da revista. Aquilo tava cheio de fotos de sexo oral que eu tinha dado uma noite e a o título era alguma coisa como “Companheira de Tommy Lee Fala (e Mostra) Tudo.” Eu poderia ter matado aquela puta por comerciado minha nova fama sem eu saber. Mas o que eu fiz no lugar disso?

Depois dos shows do Ozzy, o ônibus da turnê me deixou do lado de fora do condomínio. Eu fui até a porta, dando uns goles no Jack que eu tava bebendo desde a noite anterior. Honey estava me esperando na cozinha em um vestido preto decotado. Eu estava pronto para começar a xingá-la mas ela me interrompeu. “O que você acha?” ela perguntou.

“O que?”

“Eu achei um padre, eu comprei alianças, eu tenho tudo pronto.”

“Para que?”

“Eu quero casar.”

“Comigo? Mas você vendeu nossas fotos para uma revista pornô e não me disse nada.”

“Esse iria ser o seu presente de aniversário. E eu precisava de dinheiro para comprar as alianças pro nosso casamento. Então eu não contei pra você.”

Eu tentei pensar por algum momento, mas o álcool não me deixava. Da minha boca saíram as palavras mais estúpidas que eu já pronunciei: “Certo, foda-se. Vamos fazer isso.”

Meus pais estavam aterrorizados. Eles me ofereceram centenas de razões para não me casar – eu era muito novo, o ciúme dela só podia piorar, eles não queriam uma mulher que vendia nossas fotos intimas para uma revista pornô como nora. Eu não os escutei, mas felizmente as circunstâncias logo intervieram.

Os problemas de verdade começaram quando nós estávamos brigando porque uma garota ficava ligando em casa e desligando. Eu não sabia quem era, mas Honey insistia que eu estava enganando ela. Após uma hora de gritaria, ela se acalmou e concordou que talvez a garota fosse só alguma aberração aleatória. Então eu fui até a cozinha para fazer um sanduíche com manteiga de amendoim. De repente, ela correu para o cômodo, abriu a gaveta, pegou uma faca de manteiga, e enfiou nas minhas costas. A puta estava nervosa pra caralho que aquilo penetrou a pele e escorregou direto para a minha omoplata. Eu dirigi até a emergência com uma faca enfiada nas minhas costas.

Nós sempre estávamos fodendo como atores pornôs ou brigando como lutadores. Numa noite nós fomos com o RTB para uma das primeiras lutas na WrestleMania, e ela começou a brigar comigo porque ela achou o telefone de uma garota no bolso da minha calça e, além disso, minha mãe tinha falado no telefone com ela e a chamado acidentalmente de Jessica, que era o nome da Bullwinkle. Eu nunca tinha ido a uma luta. Mas ela não calava a porra da boca e me deixava aproveitar.

Depois da luta, Vince, Beth, RTB, Tom Zutaut, Honey, e eu entramos na limusine do RTB e fomos para a Tropicana assistir uma luta na lama. Honey ficou reclamando o tempo todo e, porque eu estava ignorando ela, começou a ficar mais e mais nervosa me instigando para uma resposta. “Sua mãe é uma puta,” ela rosnou. “Eu não sei por que você ainda fala com ela.”

“Por favor, não chame minha mãe disso,” eu suspirei.

“Bom, ela é uma puta.”

Eu tinha o pavio longo, cujo fica de alguma maneira cada vez menor quando eu bebo. Honey estava quase queimando o que sobrava desse pavio, e eu podia sentir meu corpo se preparando para explodir. O truque para se relacionar com mulheres como Honey não é as deixar ter provocarem, por que daí elas vencerão. Eu sempre tento acabar as deixando vencerem. “Escuta, sua vadia.” Eu a olhei furiosamente. “Eu não irei te falar de novo: não chame minha mãe de puta!”

“Ela é uma puta, puta, puta. Puta!” Honey gritou.

“É isso!” eu virei para o motorista. “Pare o carro. Essa vadia do caralho vai sair daqui!”

O motorista freou, e eu mandei Honey sair. Ela se recusou e começou a me socar. Então eu a agarrei e a arrastei para a calçada. Daí eu voltei para o carro, peguei sua bolsa, e joguei na parede do prédio atrás dela, espatifando toda a merda que estava dentro pelo chão.

Ela correu até mim, gritando. “Sua mãe é uma puta do caralho e você sabe disso. É por causa disso que você é um molequinho mimado que tanto ama a puta da sua mãe? Puta, puta, puta!”

Eu peguei meu braço, antes de eu pensar sobre o que eu estava fazendo, fechei minha mão e a esmaguei diretamente na boca, cara. Ela colocou a mão na boca, e caiu no chão. Eu fiquei parado lá chocado por ter perdido todo meu bloqueio – eu nunca tinha sonhado em bater em uma garota antes. Daí eu entrei na limusine e bati a porta. Enquanto estávamos dirigindo para longe de lá, eu olhei para trás e a vi de joelhos na calçada e cuspindo dentes em sua mão, cuja estava com mucosa com sangue.

“Ela poderia ter feito qualquer um de nós ter feito isso,” Tom Zutaut disse, reconfortante. “Mas alguém tem que ajudá-la a achar seus dentes.”

Ele parou a limusine e saiu para consolá-la e pegar seus dentes.

O casamento estava definitivamente cancelado.

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