15 de ago. de 2010

Capítulo 6 - Nikki

Capítulo 6

Nikki

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Doces lembranças de viagens com Van Halen, AC/DC, Iron Maiden, e outros gentis viajantes de estranha reputação.

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Quando nós deixamos a turnê do Ozzy para fazer alguns shows próprios, trazendo junto o Ratt para uma animação extra, o mundo – nosso mundo – não era mais o mesmo. Eu ouvia “Shout at the Devil,” “Too Young to Fall in Love,” e “Looks that Kill” em todo lugar; tinha histeria a qualquer hora que nós fossemos nas lojas de discos para assinar álbuns; e quando nós fazíamos shows em cidades que nunca tínhamos ido antes, milhares de garotos iam ver. Nós estávamos em um novo mundo – o que eu sempre quis estar desde que eu vi o primeiro show de rock no ginásio em Jerome. Mas eu era apenas um garoto de Idaho. Eu não sabia o que fazer nesse novo mundo ou como agir. Então eu improvisei.

Depois de um show no Bronco Bowl no Texas, uma loira e uma morena com calças coladas e tomara-que-caia foram ao backstage antes do show e disseram que queriam dar para a banda inteira. Vince ou eu tivemos a grande idéia de dizer para elas que teriam que dar duro para isso. Nós pegamos uma garrafa de champanhe da mesa de hospitalidades, e dissemos para a morena que se ela queria transar com a gente, ela tinha que pegar a garrafa e sentar nela no meio do cômodo.

“Se você não estiver sentada na garrafa quando nós voltarmos, você não poderá dar para a banda,” Vince disse enquanto nós entrávamos no palco para tocar.

Depois do show, ela ainda estava lá, agachada no meio do cômodo.

Vince foi pro escritório da produção para ser chupado por outras duas garotas (simultaneamente), então nós pegamos as duas garotas com calças coladas e colocamos na van.

Vince e Tommy ficaram com o banco da frente, e Mick e eu sentamos atrás. As garotas subiram no banco da frente com Vince e Tommy e arrancaram suas roupas, o que demorou uns cinco minutos porque elas eram muito apertadas. Na hora que elas ficaram sem nada, Vince e Tommy já estavam metendo nelas estilo cachorrinho.

As garotas estavam curvadas em cima do banco, então a loira grudou nas minhas calças enquanto metiam nela enquanto a morena fazia o mesmo com o Mick. Elas pegaram e abriram nossos zíperes até estarem nos chupando.

Quando nós chegamos ao hotel, nós dissemos pra garotas que elas tinham que permanecer peladas. Pegamos o elevador para o quarto do Vince e do Tommy, e começamos a beber e ficarmos retardados. A loira estava sentada com as suas pernas abertas na cama, e isso nos deu idéias.

Tommy veio do banheiro com um tubo de pasta de dente, então nós a enchemos até o talo primeiramente. Daí nós percebemos que não era justo deixá-la com pasta de dente e não com escovas de dente. “O que mais nós temos?” Tommy perguntou.

“Quem sabe a porra do telefone?” alguém, provavelmente eu, sugeriu.

Nós pegamos o fone do gancho e enfiamos até que o bocal estivesse saindo. A garota sentada lá ria o tempo inteiro, gemendo ocasionalmente, porque ela estava excitada ou porque ela queria que nós pensássemos que ela estivesse.

“Estou com fome,” Mick, que estava observando entediado de uma poltrona, resmungou.

Nós o mandamos se foder, daí percebemos que talvez pudéssemos fazer um acordo. Eu liguei para o serviço de quarto e, de repente, enquanto a loira abria as pernas, nós ouvimos uma voz abafada: “Oii, serviçussss de quartuu.”

Eu me curvei e fiz nosso pedido dentro da genitália da menina.

“Quaall quartuuuu?”

“Quarto dois-dois-sete,” eu respondi.

A morena começou a rir. De repente, Vince, teve uma idéia, e se virou para ela. “Do que você pensa que ta rindo?”

Ela parou e olhou para ele pálida. “Sua mãe sabe onde você está?” Vince perguntou.

“Não,” a garota disse.

“Você não acha que ela está preocupada com você?”

“Talvez. Não sei.”

“Talvez você deva ligar pra ela.” De repente caiu nossa ficha sobre o que Vince estava tramando. “Qual é o número dela?”

Ela passou o número pro Vince, e ele discou. Sua mãe atendeu e a morena se curvou na genitália da sua amiga. “Oi mãe. Eu to ligando para falar que eu logo estarei em casa. Eu to na Sherry agora. Ok? Obrigada.”

Nós não perdemos o respeito pelas garotas naquela noite, nós perdemos o respeito por nós mesmos.

Quando eu voltei para L.A., minha meia-irmã, Ceci, me ligou e disse que minha mãe tinha ficado louca e tinha sido levada para uma instituição mental em Seattle. Eu não falava com a minha mãe desde que eu a deixei no terminal de Greyhound seis anos atrás e, embora eu ainda estando com raiva e amargurado, eu me senti como se eu precisasse ver ela de novo, para me conectar com algum elemento do passado antes que eu perdesse tudo isso. Então eu peguei um avião para Seattle, entristecido com o fato de nós nos reunirmos em um hospício. Esses seis anos não devem ter sido bons para ela. Antigamente, ela tinha tudo: visual, talento, e inteligência. Mas agora ela parecia mais com o Ozzy do que com a minha mãe. Eu corri até ela e parei um pouco antes de abraçá-la. Ela me olhou e a primeira coisa que saiu da boca dela foi, “Você escreveu aquela música sobre mim?”

“Qual música?” eu perguntei, confuso.

“Looks That Kill!”

Eu estava atrapalhado: tinha muitas coisas que eu queria dizer para ela, muitas coisas que eu queria que ela me dissesse. Mas essa não era uma delas. Eu paguei a conta de lá, e a coloquei em um táxi, e a levei para a casa da minha irmã. Nós dificilmente nos falamos o tempo todo. Ambos éramos orgulhosos e teimosos para explicar ou desculpar por alguma coisa. Enquanto nos sentávamos na sala de estar da minha irmã, lembrando da merda que cada um fez, lançando olhares malignos enquanto minha irmã estava perto, discordando de nós dois, eu lembrei o porquê eu fui embora em primeiro lugar. Eu apenas não pertencia àquele lugar. E então eu levantei, fui embora, e peguei o primeiro avião para Los Angels, voltando para a relativa sanidade dos meus traficantes de drogas.

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