3 de out. de 2010

Capítulo 3 - Vince (continuação 2)

Quando minha mente clareou, Razzle estava deitado no meu colo. Eu forcei minha boca fazendo um sorriso pra ele, dizendo, “Obrigada Deus, nós estamos bem,” mas ele não respondeu. Eu levantei sua cabeça e a sacudi, mas ele não se mexeu. Eu presumi que ele tinha desmaiado, também. Era como se tivéssemos no nosso próprio mundo. Eu não tinha percebido que tinha acontecido algo com o Pantera até pessoas começarem a olhar e chegarem perto do carro, puxando Razzle para a rua.

Eu comecei a sair do carro, mas os paramédicos me pegaram e me colocaram na calçada. “Eles fedem álcool!” um médico gritou para os ajudantes enquanto ele enfaixava minha costela e os cortes do meu rosto. Eu pensei que eles iriam me levar pro hospital, mas ao invés disso eles me deixaram sentado na calçada.

Parecia um sonho ruim, e a primeira coisa que eu consegui pensar era no meu carro e como ele estava mau. Mas daí Beth e algumas pessoas da festa chegaram e começaram a se assustar, e lentamente começaram a entender que alguma coisa ruim tinha acontecido. Eu vi um dizimado Volkswagen e paramédicos carregando uma mulher e um homem que eu não conhecia pra ambulância. Mas eu estava tão em choque que eu não conseguia imaginar que isso tinha algo a ver comigo ou vida real.

Daí um policial veio até mim. “Qual velocidade você estava? A velocidade permitida é vinte e cinco.

Ele me fez um teste de bafômetro, que eu deveria ter recusado se eu tivesse com a cabeça boa, e eu media 17. Então ele leu meus direitos e, sem me algemar, me colocou atrás do seu carro de esquadra. Na delegacia, os policiais ficavam me olhando. Eles ficavam me perguntando para dizer a eles o que tinha acontecido, mas tudo o que eu dizia era, “Cadê o Razzle?” eu achava que tinham o colocado em outro quarto para relatos diferentes.

O telefone tocou, e o comandante saiu da sala. Ele voltou e disse, friamente, “Seu amigo está morto.” Quando ele disse essas palavras, o impacto do acidente finalmente caiu sobre mim. Eu não senti isso apenas emocionalmente, mas fisicamente, como se eu tivesse bêbado com cem garrafas de whisky. Minhas costelas machucaram demais meu torso que eu mal podia me mexer, e doía meu rosto toda vez que eu falava ou piscava. Eu pensei sobre Razzle: eu nunca veria seu rosto de novo. Se eu tivesse ido sozinho, ou andando, ou mandado outra pessoa para comprar bebida, ou saído da loja de bebidas trinta segundos depois, ou escorregado em um ângulo diferente para que eu tivesse morrido ao invés dele. Merda. Eu não sabia como encarar alguém – a banda dele, minha banda, minha esposa. Eu não sabia o que fazer comigo.

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