4 de set. de 2010

(continuação 4) Capítulo 6 - Nikki

Quando o baterista do Maiden, Nick McBrain, estava preso na fronteira entre França e Alemanha por carregar haxixe, ninguém na banda se incomodou em nos avisar o local do crime, aonde nós sempre fomos os últimos a deixar porque nós estávamos festejando. Eu sempre achei que esse foi um ato intencional de vingança, porque quando nós finalmente chegamos à fronteira, policiais alfandegários e cachorros entraram no ônibus enquanto nós dávamos goles e engolíamos tudo o que nós achássemos. Quando eles foram mexer nas malas do Tommy, uma grande quantidade de haxixe caiu no chão. Ele ficou lá por alguns minutos, olhando como um idiota imundo, enquanto nós suávamos nervosos. Então, o oficial revistou a mala do Tommy, olhou no ônibus, e foi na direção do Vince. Ele pisou no haxixe, e enfiou no fundo do seu sapato como um pedaço de chiclete. Os oficiais me fizeram rançar a roupa, colocar meus braços contra a parede, e me curvar para que eles pudessem vasculhar o meu cu. Eu endureci meus músculos e tentei o máximo que eu pude cagar na mão deles. Eu fazia, fazia e fazia força, mas não consegui nenhum resultado.

Depois do acidente da fronteira, nós começamos a colocar escutas no camarim do Iron Maiden para descobrir, primeiro, se eram eles os responsáveis pelo mandato de busca e, segundo, quem era a porra daquela garota. Exceto Nicko, nenhum deles parecia gostar da gente. Na última noite da turnê, Bruce até chamou Mick para desafiá-lo em um duelo. Eu acho que ele achava que Mick tinha transado com aquela garota.

No fim da turnê da Europa, nós soávamos terríveis. Vince estava ficando muito louco toda noite que nem médico ou medicações poderiam fazê-lo ficar bom no palco. Nosso último show na Europa, no Dominion Theatre em Londres, foi o nosso pior. Nós estávamos ridículos porque nosso estilo estava começando a envolver a penumbra de Road Warrior para mais colorido, adaptações falsas de bobos da corte. Para o show, eu estava usando roupas verde-escuro, pintei o meu baixo da mesma cor, e coloquei meus moccasins. Eu parecia um duende gigante. Devia ter um açougue lá perto ou algo parecido porque, durante o show, fãs tacavam ossos de pernas e cabeças de animais e lingüiças estranhas na gente. Nós levamos isso como elogios até o técnico de bateria do Tommy, Clyde Duncan, cair no chão. Nós olhamos, e ele tinha uma flecha enfiada nas suas costas. Tommy, com uma mão, tirou a flecha enquanto tocava.

Minutos depois disso, a máquina de gelo seco explodiu. Um forte cheiro de algo parecido com suco de cachorros quente se espalhou pelo palco e grudou na minha roupa, e uma úmida poça se formou em volta do meu pé. A equipe, eu suponho, estava derramando molho de cachorro quente no palco como uma piada de fim de turnê. Eu achei que essa foi uma boa brincadeira, mas quando eu olhei para o Tommy, ele parecia impressionado. Sua bateria estava cercada de água, e eu suponho que eles derramaram molho de cachorro quente nele, também.

Depois de Vince resmungar durante nossa última música, eu fui andando pela água no palco para achar Tommy. Ele estava inclinado sobre o Clyde e o cheiro de cachorros quente estava insuportável. Eu cheguei mais perto e descobri que o cheio era a pele queimada de Clyde. E máquina de gelo seco tinha explodido na sua cara, fritando sua pele como kosher (*comida judaica) fervente e espalhando água por todo o palco, que se inclinou pra frente. Clyde ainda estava agonizando quando nós voltamos para a America mais tarde. Felizmente, nós tínhamos muitos remédios para dor.


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