20 de dez. de 2010

Capítulo 9 - Vince

Capítulo 9

Vince

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Promover anedotas, sobre o que os atenciosos leitores podem se perguntar como os deuses da fortuna sexual conseguiram favorecer ao Vince mesmo nos mais improváveis apuros.

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Duas semanas depois da turnê do Theatre of Pain, eu coloquei meu mais novo Rolex de vinte mil dólares feito em ouro com diamantes a salvo na minha gaveta, peguei um taxi pra estação policial mais perto, e me entreguei. Eu queria acabar com isso. Eles me levaram pra uma silenciosa prisão em Torrance pra cumprir minha pena de trinta dias.

Meu companheiro de cela estava na cadeia por roubar carros esportivos, e nós dois tínhamos bons comportamentos, que significa que tínhamos que levar comida pra outros prisioneiros, limpar celas, e lavar os carros policiais. Em troca, nós ganhávamos privilégios: não apenas televisões e visitantes, mas em finais de semana os guardas nos levavam hambúrgueres e latinhas de cerveja. Eu tinha passado quase um ano na estrada tentando ficar sóbrio pra agradar a corte, e agora que eu estava na cadeia os guardas estavam me encorajando a beber. Mesmo que o sargento no turno da noite odiasse minha coragem, o resto queria autógrafo e fotos. De várias maneiras, a reabilitação, a culpa, as manchetes dos jornais, e viajar sóbrio foram sentenças piores do que a prisão.

Uma tarde, uma fã loira que tinha descoberto a cadeia que eu estava e parou pra visitar. Ela estava usando Daisy Dukes e top de lycra que amarrava na frente, e o sargento disse que eu poderia levá-la pra minha cela por uma hora. Eu andei com ela pelo corredor, observando todos os outros prisioneiros babando enquanto nós desfilávamos. Eu a coloquei na minha cela, fechei a porta, e fodi ela na minha cama dobrável. Eu não podia fazer nada errado aos olhos dos meus companheiros de prisão depois disso.

Um dia antes de eu começar minha sentença, Beth e eu tínhamos nos mudado pra uma casa de 1,5 milhões em Northbridge com a nossa filha de dois anos e meio, Elizabeth. Beth me visitava na prisão todos os dias na primeira semana. Então de repente ela parou de ir. Eu realmente não pensava muito sobre isso: eu não estava amando ela quando nós casamos, e isso apenas decaiu depois disso.

Depois de dezenove dias, o diretor me liberou por bom comportamento. Como eu não sabia sobre Beth, eu tinha um companheiro que me tirou de lá. Nós dirigimos pra Northbridge, mas eu não me lembrava onde ficava nossa casa. Depois de uma hora de busca, nós finalmente a encontramos do outro lado. Eu fui até a porta e toquei a campainha. Ninguém estava em casa. Eu andei em volta e verifiquei as janelas, mas todas as cortinas estavam abaixadas. Talvez nós estivéssemos na casa errada.

Eu andei pra trás da casa, e eu tinha certeza que eu reconheci a piscina e o jardim. Então eu decidi invadir. Tinha uma porta de vidro, e eu despedacei uma das vidraças perto da maçaneta, a alcancei e a abri, rezando pra que eu não fosse levado de volta pra cadeia por quebrar e ter invadido. Eu entrei e dei uma olhada. Era a minha casa, mas algo estava diferente: todos os móveis não estavam lá. Beth tinha levado tudo – até a bandeja de gelo do freezer. Tudo o que ela deixou pra trás foi o meu Rolex e meu Camaro Z28. O único problema era que ela tinha levado as chaves.

Eu liguei para os pais da Beth, pro seus avós, e seus amigos, e todos eles afirmaram que não sabiam dela. Eu não estava interessado em falar com ela: eu só queria um divórcio, a chave do meu carro, e alguma forma de manter contato com a minha filha. Eu não vi Beth de novo por quase dez anos, quando ela apareceu em um show na florida na companhia do seu novo marido e uma nova criança. Nossa filha, Elizabeth, finalmente tinha mudado pra Nashville pra tentar ser uma cantora country.

Pra mim, depois de um ano de sobriedade vigiada, prisão, terapia, e penitência, estava na hora de ter um pouco de diversão com responsabilidade. Eu me mudei com dois colegas e, ao invés de comprar móveis, instalei um poço de lama pra lutas de mulheres. Eu convidei todos os traficantes de drogas que eu conhecia pra ir à minha casa, porque onde tinha drogas, tinha garotas. Em uma das minhas festas, um bando de pessoas de terno entrou. Indo pra fora, um deles colocou na minha mão uma pedra de cocaína do tamanho de uma bola de golf, virou seu chapéu, e disse, como se ele fosse Deus ou algo assim, “Obrigada por sua hospitalidade.” Depois disso, ele estava na minha casa toda noite. Seu nome era Whitey, um traficante de drogas que provavelmente usava mais cocaína do que ele vendia, um convidado de casa que nunca foi embora. Ele tinha passado algum tempo em New Mexico, e logo ele iria começar trazer seus colegas de lá, particularmente um cara violento, sensível, deprivado chamado Randy Castillo. Algumas noites acabávamos com um monte de garotas com lingerie e Whitey, Randy, e alguns outros amigos de roupão; outras noites eu trazia um monte de garotas da Tropicana para lutarem peladas pra mim e pros meus companheiros. Eu queria demais esquecer sobre o ano passado, parar de ser Vince Neil e começar a ser outra pessoa, como Hugh Hefner.

fig. 5

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